Ainda não foi desta vez. Mesmo empurrado por 2,7 mil pessoas no Caldeirão do Galo, em Erechim, o Atlântico não conseguiu seu primeiro título da Liga Nacional de Futsal. Neste domingo (13), a taça que faltava para completar a sala de troféus escapou das mãos do clube gaúcho e ficou com o Corinthians.
O time paulista, que havia vencido o jogo de ida, levantou a taça ao fazer 5 a 1. Detalhe: o Galo vencia até os últimos dois minutos da partida. Com a derrota, o time de Erechim ficou com mais um vice no principal campeonato nacional da modalidade (repetindo 2005 e 2018).
Agora, o elenco do técnico Thiago Raupp foca na Série A do Gauchão. Na próxima quinta-feira (17), começa a disputa das quartas de final contra a Uruguaianense. Neste torneio, o Galo defende o título de 2021 e busca o hexa.
— Fica a frustração de ter chegado tão perto e não levar a taça. Mas, passado o calor do jogo, veremos que a campanha foi muito boa. Tivemos perdas no elenco, o Grillo saiu machucado cedo na final. Isto pesa. Queríamos muito este título, a torcida e o elenco mereciam... — afirmou Raupp, antes de as lágrimas interromperem a entrevista para o repórter Rafael Diverio, da Rádio Gaúcha, que transmitiu o jogo direto da quadra.
Duas horas antes do jogo, marcado para as 11h30min, o ginásio já estava praticamente lotado (capacidade para 3 mil pessoas). Famílias inteiras aqueciam o clima batendo bastonetes sem parar. Tudo para incentivar um time que é referência no esporte que tem no Rio Grande do Sul o estado mais vencedor da Liga — nove títulos ao todo. E a pressão só foi aumentando após a bola rolar.
Mas a expectativa pelo gol cedo não se confirmou. Bastante nervoso, a equipe da casa abusou dos erros de passe e não conseguiu desenvolver jogadas ensaiadas pelo técnico Thiago Raupp. Para aumentar a tensão nas arquibancadas, o Atlântico cometeu quatro faltas em apenas quatro minutos - no futsal, a sexta falta resulta em tiro livre sem barreira. Para piorar, o capitão Grillo sofreu uma lesão muscular faltando ainda 13 minutos para o final da primeira etapa.
Variando bastante as peças, Raupp tornou o time mais leve, e tendo Renatão como um pivô de referência. E foi dele a melhor oportunidade para abrir o placar: desequilibrado, chutou para fora depois de bela trama de ataque.
Logo depois, foi numa jogada com sua participação que o ala Ewerton teve a melhor chance, a três minutos do intervalo. Para azar do Galo, o goleiro corintiano salvou com o pé direito. Uma defesa muito parecida com uma que o arqueiro João Paulo tinha feito pouco antes. Ao final do primeiro tempo, o placar zerado era reflexo de um duelo muito brigado, mas com raras oportunidades de gol.
A etapa complementar começou igual à inicial. O Atlântico cometeu quatro faltas muito cedo, com dois minutos e meio. Embora a catimba dos paulistas, Rick teve três lances de perigo, mas faltou precisão em todos.
Só que Erick foi mais feliz. Faltando 15 minutos, o guri da base mandou de canhota para rede após bela jogada de Rick. Um minuto depois, porém, uma falta desnecessária gerou o primeiro tiro livre para o Corinthians. Mas João Paulo defendeu o chute de Tatinho.
A partida seguiu equilibrada em chances, com os visitantes ficando mais tempo com a bola. Faltando cinco minutos, o Corinthians acionou o goleiro-linha. E aí, há dois minutos do fim, Deives achou o espaço na pequena área e empatou: 1 a 1. Então, a estratégia virou de lado.
Precisando vencer no tempo normal, o ala Mazzeto virou goleiro-linha. E não deu certo para o Galo. Após ataque errado, Allan pegou um rebote e, de sua quadra, chutou por cobertura e acertou a rede. Por ironia, Allan vai defender as cores do Atlântico no ano que vem. No final, o Galo levou mais três gols de contra-ataque, para frustração da torcida em Erechim.
Oitavas de final
- Atlântico 4x2 Santo André
- Santo André 4x0 Atlântico (Atlântico 2x1 na prorrogação)
Quartas de final
- Minas 4x2 Atlântico
- Atlântico 3x2 Minas (1x1 na prorrogação)
Semifinal
- Atlântico 1x0 Cascavel
- Cascavel 2x2 Atlântico
Final
- Corinthians 6x2 Atlântico
- Atlântico 1x5 Corinthians