A 20ª edição do Campeonato Mundial masculino de vôlei começa nesta sexta-feira (26). A competição reunirá 24 seleções divididas em seis grupos de quatro, cada, e será realizada na Polônia e na Eslovênia, até o próximo dia 11 de setembro.
O jogo inaugural será disputado entre Brasil e Cuba, na cidade eslovena de Ljubljana, a partir das 6h (de Brasília) e o Sportv 2 anuncia a transmissão.
Desde o primeiro torneio, em 1949 na extinta Tchecoslováquia, muitos nomes se destacaram assim como diversos fatos marcaram a competição e GZH destaca 19 fatos que marcaram a história da competição.
1) União Soviética, a maior campeã
Se hoje a Rússia está proibida de disputar o Mundial por conta da invasão à Ucrânia, a União Soviética é a maior campeã da história do torneio. Os soviéticos venceram seis campeonatos e ainda conquistaram mais duas pratas e três bronzes. Em 12 participações, até 1990, eles só não subiram no pódio em 1970, na Bulgária.
2) Itália e Brasil, os únicos tricampeões
A União Soviética tem o maior número de conquistas, seis. Porém, os soviéticos jamais venceram três campeonatos seguidos, algo que a Itália (1990/94/98) e o Brasil (2002/06/10) conseguiram. Bicampeã em 2014/18, a Polônia pode igualar esta marca se vencer a atual edição.
3) Em casa, o Brasil fica de mãos vazias
Das 19 edições disputadas, duas delas aconteceram no Brasil. A primeira em 1960, com jogos no Rio de Janeiro e em Niterói e o título da União Soviética, que venceu suas 11 partidas com apenas cinco sets perdidos. Os brasileiros terminaram em quinto. Trinta anos mais tarde, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba receberam o torneio e a Itália sagrou-se campeã, depois de eliminar os brasileiros nas semifinais. A seleção ainda perderia o bronze para a União Soviética.
4) O início da Geração de Prata
O vôlei brasileiro passou a se destacar no cenário mundial com a chamada Geração de Prata. A equipe comandada por Bebeto de Freitas ganhou as manchetes ao ficar com a medalha de prata no Mundial de 1982, na Argentina, e dois anos mais tarde levar o vice-campeonato olímpico nos Jogos de Los Angeles. O time de Renan Dal Zotto, William, Bernard, Xandó, Amauri e Fernandão, ainda contava com Bernardinho, Domingos Maracanã, Rui, Montanaro, Marcus Vinícius Freire e Leo.
5) Bulgária, a mais tradicional
A Bulgária é a seleção que mais esteve presente no Mundial. Das 19 edições já disputadas, os búlgaros só não se fizeram presentes em 1960, no Brasil. De lá para cá participaram de todos os 15 campeonatos realizados e conquistaram uma prata, quando foram sede em 1970, e mais dois bronzes (1986/2006). Antes, eles já haviam terminado em terceiro em 1949 e 1952.
6) Tchecoslováquia e suas seis finais
Sede do primeiro Mundial em 1949, a Tchecoslováquia, país que existiu entre 1918 e 1992, detém o recorde de finais consecutivas. Os tchecos jogaram as seis primeiras decisões da competição, com dois títulos (1956/55) e quatro vices (1949/52/60/62). O Brasil disputou as últimas cinco finais e pode igualar este feito esse ano.
7) Os maiores campeões
Três brasileiros e quatro italianos dividem o posto de maiores campeões mundiais, todos com três medalhas de ouro. Dante, Giba e Rodrigão, que integraram a seleção brasileira tricampeã (2002/06/10), e Marco Bracci, Ferdinando De Giorgi, Andrea Gardini e Andrea Giani, atual técnico da França, que formaram a base da Itália nas conquistas de 1990/94/98.
8) Tcheco é o maior medalhista
Mas o maior medalhista do Mundial não é nenhum dos sete jogadores que dividem o posto de tricampeões. O levantador tcheco Josef Musil, que faleceu em 2017 aos 85 anos, é o recordista de pódios com dois ouros e três pratas. Em seu currículo ele ainda ostenta uma prata e um bronze olímpicos e dois ouros e uma prata em campeonatos europeus.
9) Melhor do mundo, mas sem título
O prêmio de Melhor Jogador do Mundial (MVP) foi introduzido em 1970, quando o alemão oriental Rudi Schumann foi escolhido após o inédito título da seleção da Alemanha Oriental. Desde então, em apenas três oportunidades, a premiação não foi oferecida a um campeão. Em 1986, o francês Philippe Blain; em 1998, o espanhol Rafael Pascual; e em 2002, o argentino Marcos Milinkovic. Giba (2006) e Murilo Endres (2010) são os brasileiros que já ganharam o troféu.
10) Bernardinho, o maior campeão
Em 19 mundiais, o brasileiro Bernardinho é o o único técnico com três títulos. O ex-comandante da seleção brasileira ainda ostenta mais duas pratas, uma em 2014, e outra em 1982, quando ainda era jogador.
11) Itália e Polônia, campeãs com técnicos estrangeiros
Outro brasileiro, além de Bernardinho já comandou uma seleção na conquista de um título mundial. Em 1998, Bebeto de Freitas liderou a Itália na conquista do tri. Os italianos haviam vencido os campeonatos anteriores com o argentino Julio Velasco. Atual bicampeã, a Polônia foi dirigida pelo francês Stéphane Antiga em 2014 e pelo belga Vital Heynen em 2018.
12) Domínio da Europa
Das 19 edições do Mundial, quinze foram vencidas por europeus (União Soviética, 6; Itália e Polônia, 3 cada; Tchecoslováquia 2 e Alemanha Oriental, 1), e apenas quatro por seleções de outros continentes (Brasil três vezes e Estados Unidos uma).
13) Um estreante em 2022
Das 24 equipes classificadas para o torneio deste ano, apenas uma fará sua estreia. O Catar, segundo adversário do Brasil, no dia 28, disputará a competição pela primeira vez. Até hoje, 65 seleções participaram do campeonato.
14) Ginásios a partir de 1956
Os jogos das duas primeiras edições do Mundial, em 1949 na Tchecoslováquia, e em 1952 na União Soviética, foram disputados a céu aberto. Apenas no campeonato de 1956, na França, é que ginásios passaram a ser utilizados.
15) Mais de 1.600 jogos
Um total de 1.653 partidas foram disputadas até hoje na história do Mundial masculino de vôlei. A primeira aconteceu em 10 de setembro de 1949 no Estádio de Inverno de Praga e teve vitória da Bulgária sobre a Itália, por 3 a 1.
16) O maior público
Se os brasileiros se orgulham de ter levado 95.887 espectadores ao Maracanã, em julho de 1983, para acompanhar um amistoso entre as seleções masculinas de Brasil e União Soviética, o recorde público em um Mundial pertence ao jogo de abertura da competição de 2014, quando 61.500 torcedores foram ao Estádio Nacional de Varsóvia ver a vitória da Polônia sobre a Sérvia.
17) As 57 medalhas
Apenas 18 países conquistaram medalhas na história do Mundial. Com 11, a União Soviética é a recordista. Brasil e Tchecoslováquia vem a seguir com seis pódios.
18) A primeira vez do Brasil
Ausente dos dois primeiros campeonatos, o Brasil fez sua estreia no torneio disputado em 1956, na França. O time dirigido por Samy Mehinsk disputou seu primeiro jogo no dia 30 de agosto e venceu a Índia por 3 a 2. Na segunda rodada, perdeu para a China e foi para a disputa do 11° lugar, onde venceu suas nove partidas.
19) "Marmelada" brasileira em 2010
A conquista do tricampeonato do Brasil em 2010 foi marcada por uma polêmica. Na segunda fase do torneio, com vaga já garantida na etapa seguinte, a seleção perdeu para a Bulgária por 3 a 0. O resultado colocou os brasileiros em um grupo teoricamente mais fraco nas quartas de final. Meses depois, em entrevista à revista Alfa, o técnico Bernardinho disse que "ficou dois dias sem falar com seu pai por vergonha". Em sua autobiografia, "Giba Neles", lançada cinco anos depois, o capitão brasileiro Giba classificou o episódio como "marmelada".