Rafael Nadal sofreu uma ruptura em um dos músculos do abdômen e foi obrigado a desistir do jogo de sexta-feira (8) contra o australiano Nick Kyrgios, pelas semifinais do Torneio de Wimbledon. Após rumores de que ele jogaria a partida decisiva mesmo com a lesão, a desistência foi anunciada pelo próprio Nadal em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira. Esta é a primeira vez desde 1931, ano em que Frank Shields desistiu da final, que um competidor se retira da disputa do major britânico em um das duas últimas fases.
— Como todos puderam observar ontem, eu vim sofrendo com uma dor na área do abdômen. Isso foi confirmado. Eu tenho um rompimento no músculo — disse o tenista no pronunciamento desta tarde.
— Não posso sacar, não posso fazer o movimento. Não é apenas que não posso sacar na velocidade certa, é que não consigo fazer o movimento normal de saque. Não faz sentido jogar. Se eu continuar jogando, a lesão pode piorar ainda mais. Eu tomei essa decisão porque não há como vencer duas partidas nestas circunstâncias — afirmou o maior vencedor de Grand Slam, com 22 troféus.
Com a saída do espanhol, Kyrgios, que avançou às semifinais de um Grand Slam pela primeira vez na carreira, está garantido na final. O adversário dele sairá do encontro entre o sérvio Novak Djokovic e o britânico Cameron Norrie. Apesar de estar vivendo um grande momento em quadra, o australiano teve o desempenho ofuscado porque sua ex-namorada, a modelo Chiara Passari, o acusou de agressão, em denúncia que se tornou pública na última terça-feira, quando o Tribunal da Capital Australiana convocou o tenista para uma audiência marcada para o dia 2 de agosto.
Para avançar ao duelo no qual enfrentaria Kyrgios, Nadal jogou as quartas de final contra o americano Taylor Fritz no sacrifício, tanto que precisou receber atendimento médico durante a partida para tratar as dores abdominais. Mesmo assim, teve uma atuação incrível e conseguiu transformar uma derrota parcial de 2 sets a 1 em uma vitória heroica por 3 sets a 2, depois de mais de 4 horas de disputa na grama londrina. De acordo com o jornal Marca, a ruptura sofrida por ele foi de 7 milímetros.
Ao desistir das semifinais, o atual número 4 do mundo abandonou também a possibilidade de vencer os quatro Grand Slams desta temporada. Campeão do Aberto da Austrália e de Roland Garros, buscava a terceira taça de um Major no ano. Caso conquistasse o título de Wimbledon, restaria apenas o US Open.
Nadal é o maior vencedor de Grand Slams da história, com 22 conquistas contra 20 de Djokovic e Roger Federer. São 14 títulos em Roland Garros, quatro nos EUA, dois na Austrália e outros dois em Wimbledon. O Major britânico, aliás, é o que não vence há mais tempo, já que a última vez foi em 2010.