Deportado da Austrália, derrotado nas quartas em Roland Garros, possivelmente fora do Aberto dos EUA por não ter se vacinado contra a covid-19 e em queda livre no ranking da ATP, ao sérvio Novak Djokovic só resta o torneio de Wimbledon para salvar uma temporada que tem sido um pesadelo.
Na segunda-feira (27) a tradição será cumprida: o campeão da última edição fará a primeira partida da quadra central, contra o sul-coreano Soon-woo Kwon, número 75 do mundo.
Sua flexibilidade deverá permitir a Djokovic evitar as armadilhas da grama escorregadia e superar as primeiras rodadas.
Em seu caminho podem aparecer Thanasi Kokkinakis (número 82), Reilly Opelka (24) ou Nikoloz Basilashvili (27); Carlos Alcaraz (7) ou Andy Murray (51); Hubert Hurkacz (10) e por último Rafael Nadal (4) ou Matteo Berrettini (11).
Campeão das três últimas edições, o sérvio é o adversário a ser batido em um torneio que já conquistou seis vezes e quer voltar a ganhar para somar seu 21º Grand Slam, um a menos que Nadal, recordista em conquistas de majors.
Mas como foi eliminado nas quartas em Roland Garros, 'Nole' está longe de seu melhor momento em nível psicológico, depois de meses complicados pelos quais teve que passar.
Sem poder pontuar, sérvio perderá posições no ranking mundial
Seja qual for seu resultado em Wimbledon, Djokovic perderá posições no ranking da ATP, já que o torneio não contará pontos na classificação.
Mas o tenista garante estar acima dessas contingências.
— Sinceramente, há jogadores que certamente serão mais afetados que eu. Não quero dizer que não os considero importantes (os pontos), mas para mim serão menos. Agora que tenho o recorde de número de semanas como número 1 (373), já não busco tanto como antes a classificação — explicou o sérvio, embora não deixe de lamentar o fato de não ter podido defender seus 2.000 pontos na Austrália e 2.000 em Wimbledon.
Em Melbourne, ele teve que passar vários dias em um centro de retenção até ser deportado da Austrália antes do primeiro Grand Slam do ano por não estar vacinado contra a covid-19.
Privado de participar dos Masters 1000 de Indian Wells e Miami pelos mesmos motivos sanitários, voltou à Europa para a temporada de saibro e esteve irreconhecível em Monte Carlo (eliminado na estreia), além de ter perdido em casa a final do ATP 250 de Belgrado e as semifinais em Madri, antes de ser campeão em Roma, mas cair para Nadal em Roland Garros.
Sem disputar torneios na grama
Desde então, Djokovic não jogou nenhum torneio de preparação na grama. Mesmo assim, ele afirma que não deverá ter problemas.
—Há jogadores que gostam de disputar todos os jogos oficiais possíveis porque vêm nisso um meio para treinar. Há outros que não precisam jogar tanto e preferem encontra o equilíbrio entre competições e descanso. Eu faço parte dessa segunda categoria—explicou o sérvio, ressaltando o fato de já ter ganhado Wimbledon "sem jogar nenhum torneio preparatório".
E caso seja necessária uma fonte extra de motivação em Londres, ele a encontrará em sua provável ausência do Aberto dos EUA no final de agosto, já que o governo americano não permite a entrada de não vacinados em seu território.
Nesse cenário, Wimbledon seria seu segundo e último Grand Slam da temporada.
— Atualmente não estou autorizado a entrar nos EUA, levando em conta as circunstâncias. Eu sei. É um incremento de motivação para jogar bem aqui em Wimbledon— disse 'Nole' dias antes do início da competição.
— Espero fazer um torneio muito bom, como fiz nas últimas três edições— concluiu o tenista que venceu os últimos 21 jogos que disputou no Grand Slam inglês.
* AFP