E Bia Haddad Maia ergueu mais um troféu importante em sua carreira. A brasileira conquistou neste domingo (19), o título do WTA 250 de Birmingham, na Inglaterra, se manteve invicta em dez partida em quadras de grama, repetiu a vitória em Nottingham na semana anterior e igualou o feito de Maria Esther Bueno, como única jogadora do Brasil a ganhar dois torneios do circuito em sequência. Em 1968, a maior tenista brasileira da história foi campeã em Eastbourne e Manchester.
A tarefa da paulista de 26 anos começou com um duelo dificílimo diante da romena Simona Halep, ex-líder do ranking mundial e campeã em Wimbledon em 2019. A partida semifinal foi adiada no sábado por conta das chuvas. Com parciais de 6/3, 2/6 e 6/4, depois de 1h30. No set final, a brasileira esteve perdendo por 3-1, mas conseguiu reagir e garantir vaga na decisão contra a chinesa Shuai Zhang, que derrotou outra romena Sorana Cîrstea por 4/6, 6/1 e 7/6 (5), em 91 minutos.
Na decisão, Bia encarou a parceria de duplas na conquista do WTA de Nottingham na semana passada, quando levou os dois troféus em disputa ao também vencer em simples. O começo de jogo foi favorável a Zhang, atual 54ª do ranking, que salvou dois break-points no game inicial e logo depois ainda quebrou o saque da brasileira.
Mas a determinação de Bia voltou a falar mais alto e ela devolveu o break no terceiro game e conseguiu nova quebra no sétimo, quando fez 4/3. Depois confirmou o saque sem dificuldades e chegou a ter 0/30 no serviço da chinesa, que se recuperou e diminuiu para 4/5. Porém, quando as duas jogadoras foram para o intervalo, Zhang pediu atendimento da fisioterapeuta e com dores na região do pescoço decidiu abandonar a partida.
— Meu corpo não resistiu as essas duas semanas jogando simples e duplas — disse a chinesa ainda em quadra. Ela também estava classificada para a decisão de duplas ao lado belga Elise Mertens.
Com a desistência da adversária, Bia Haddad Maia garantiu o segundo título seguido no circuito e agora irá ocupar o 29º lugar no ranking que será divulgado pela WTA na segunda-feira, igualando a marca de Maria Esther Bueno em 1975, ano em que a lista foi criada.
— Uma grande campeã de Wimbledon e de Grand Slams. Tive o prazer de conhecê-la. Ela é uma lenda, muito importante na história do tênis e do esporte brasileiro — comentou a tenista que em agosto de 2020 ocupava apenas a 1.342ª posição, após cumprir suspensão por doping.
Bia também lamentou o fato de Shuai Zhang não concluir a partida.
— Ela (Zhang) merecia muito estar nesta final. Desejo todo sucesso a ela. Na semana passada (em Nottingham), eu pude conhecer o lado humano dela, uma excelente pessoa, alguém especial.
Muito emocionada, Bia lembrou os momentos difíceis da carreira, especialmente o período em que não pode jogar e valorizou sua equipe.
— Devo muito ao meu time. Ele me mantém determinada, focada no dia a dia, sempre querendo mais. No ano passado eu jogava finais de torneios de US$ 25 mil e agora estou aqui. Eu lutei e luto muito ainda — afirmou a jogadora brasileira que para conquistar o título em Birmingham além de vencer Halep, venceu na estreia a thceca Petra Kvitová, ex-número 2 do mundo e bicampeã de Wimbledon em 2011/14.
Na próxima semana, Bia disputará o WTA 500 de Eastbourne, também na Inglaterra. Este será o último torneio antes de Wimbledon e a brasileira será a 15ª cabeça de chave, o que lhe dá o direito de estrear direto na segunda rodada contra quem vencer o confronto entre a estoniana Kaia Kanepi, que venceu a paulista em Roland Garros, e a espanhola Nuria Párrizas Dias.