Em uma temporada fantástica, Bia Haddad Maia conquistou neste domingo (12) o maior título de sua carreira profissional. Aos 26 anos, ela venceu a norte-americana Alison Riske, número 40 do ranking mundial, por 2 sets a 1, parciais de 6/4, 1/6 e 6/3, em 2h17 de partida e ficou com o troféu do WTA 250 de Nottingham, na Inglaterra, torneio disputado em quadras de grama e que faz parte da preparação para Wimbledon.
A partida começou com a brasileira se impondo e com um bom saque e golpes potentes superando a rival. Foram dois aces e 90% dos pontos vencidos com o primeiro serviço e mais 16 bolas vencedoras (winners) para marcar um 6/4 na primeira parcial.
Já no segundo set, Bia acabou perdendo o saque no segundo e quarto games e Alison Riske rapidamente fez 5/0, para logo depois fechar em 6/1 e forçar a terceira parcial. Além disso, a brasileira ainda teve três marcações duvidosas contra si.
No set final, a norte-americana começou melhor e conseguiu um break para marcar 2-1. Porém, a canhota brasileira se recuperou e devolveu a quebra no 2-2. Quando a partida estava 3-3 e saque de Bia, nova polêmica com as marcações da árbitra norueguesa Julie Kjendke. Mas apesar das reclamações, ela se manteve no jogo e conseguiu confirmar o saque e logo depois com mais uma quebra (5-3) se aproximar da inédita conquista que acabou vindo no nono game.
Esta foi a segunda final de nível WTA de Bia, que em 2017 havia ficado com o vice do WTA 250 de Seul. Atual número 48 do mundo, a paulista nesta temporada já foi campeã do WTA 125 de Saint-Malo (França) e vice em evento do mesmo porte em Paris, onde levou o título de duplas. No Aberto da Austrália foi finalista de duplas com a cazaque Anna Danilina e foi semifinalista do WTA 250 de Monterrey, no México.
— Eu não imaginava que teria tanto gente aqui torcendo por mim. Obrigada por virem aqui— disse Bia aos brasileiros que compareceram à quadra para acompanhar a decisão.
Na campanha para se tornar a segunda tenista do Brasil a vencer uma competição na grama, Bia deixou pelo caminho a grega Maria Sakkari, quinta do ranking, e principal favorita ao título em Nottingham. Antes dela, Maria Esther Bueno havia vencido na grama de Manchester, em 1968.
— No Brasil se joga mais em quadras duras e saibro. Eu jamais imaginei que meu primeiro título seria na grama. Cheguei aqui querendo melhorar meu jogo. Comecei com dificuldades e estou muito feliz com a vitória. Nottingham ficará no meu coração — comentou a campeã sobre o fato de jogar pouco na grama.
Pelo título, Bia Haddad Maia receberá 280 pontos no ranking e dessa forma passará a ocupar a 32ª colocação, na atualização a ser divulgada na segunda-feira, superando as marcas da pernambucana Teliana Pereira, 43ª em outubro de 2015, e ficando a uma posição de repetir a gaúcha Niege Dias, 31ª em dezembro de 1988. A Associação das Tenistas profissionais mulheres começou a realizar o ranqueamento das atletas apenas em 1973 e por isso, Maria Esther, dona de sete títulos de Grand Slam entre as décadas de 1950-60 não esteve no top 10 do ranking mundial da WTA porque ele não existia na época. Sua melhor colocação foi a de número 29, em dezembro de 1976.
Ainda neste domingo, Bia voltará à quadra para a final de duplas. Ela e a chinesa Shuai Zhang, número 4 do mundo entre as duplistas, para enfrentar a romena Monica Niculescu e a norte-americana Caroline Dolehide.