Enfrentando o aumento de custos na Fórmula 1, o chefe da Red Bull, Christian Horner, pediu neste sábado, durante o treino de classificação para o Grande Prêmio de Mônaco, uma "solução de senso comum", apontando para um aumento do teto de gastos na categoria.
"É um caso de força maior, é uma situação, evidentemente, que ninguém poderia prever, que fez aumentar os custos. De uma maneira pragmática, simplesmente temos que encontrar uma solução de senso comum", explicou Horner.
A ideia também é defendida por outras equipes mais poderosas, como Ferrari e Mercedes.
"Acho que a única coisa que podemos fazer é nos dar um pouco de ar, aumentar o limite orçamentário em resposta à inflação, que é algo que absolutamente não prevíamos", disse o chefe da Ferrari, Mattia Binotto, certo de que o orçamento será estourado na escuderia italiana.
No fim de semana passado, Horner tinha afirmado que "cerca de sete equipes teriam provavelmente que perder as últimas quatro corridas para ficarem abaixo do limite deste ano".
Mas nem todas as escuderias têm a mesma opinião: "Estamos em uma situação na qual, cedo ou tarde, deveremos conter o desenvolvimento dos carros, porque estaremos no limite do nosso orçamento e creio que todo mundo pode conseguir", disse Frédéric Vasseur, chefe da Alfa Romeo.
"Acredito que é possível. Quando se há vontade, há como fazer. Nós fixamos um limite orçamentário e temos todos que mantê-lo", opinou, por sua vez, Otmar Szafnauer, chefe da Alpine.
Szafnauer explicou que "a maioria das equipes estabelece seu orçamento em novembro, dezembro, para o ano seguinte. Neste momento, a inflação já estava acima dos 7% e levamos isso em conta quando estabelecemos nossos orçamentos".
Na McLaren, o diretor Andreas Seidl, fervoroso defensor do teto de gastos adotado em 2021, tem agora um tom mais suave: "Estamos pressionando para garantir o limite orçamentário, mas acho que, se levarmos em conta a situação excepcional como a deste momento, devemos poder sempre conversar e encontrar boas soluções para o esporte".
A decisão de adotar um teto de gastos para as equipes durante uma temporada foi tomada em 2020 com o objetivo de reduzir a diferença entre as escuderias e aumentar a competitividade. Mercedes, Ferari e Red Bull foram as mais impactadas.
O limite orçamentário caiu de US$ 145 milhões no ano passado para US$ 140 milhões este ano. Em 2023, ele deve passar a US$ 135 milhões.
* AFP