Novak Djokovic voltou a reconhecer seu erro ao participar de entrevista para o jornalista Franck Ramella, do jornal francês L'Équipe, mesmo tendo testado positivo para covid-19. O caso gerou polêmica no começo do ano quando o atleta utilizou esse resultado positivo como justificativa para não ter se vacinado e, consequentemente, poder participar do Aberto da Austrália.
Em janeiro, o tenista sérvio já havia admitido o seu erro. Na ocasião, em postagem realizada por meio de sua conta pessoal do Instagram, Djokovic considerou que teve um "erro de julgamento e que deveria ter remarcado a entrevista (com o L'Équipe)".
— Foi um erro. Respeito o jornalista Franck. Ele está no tênis há mais tempo do que eu. Adiamos essa entrevista por algum tempo e descobri que estava positivo depois que ele já havia desembarcado em Belgrado. Eu usei minha máscara durante toda a entrevista e mantive a distância física. Eu tirei minha máscara para a sessão de fotos, mas tanto Franck quanto o fotógrafo estavam a poucos metros de mim. Admito que foi egoísta o que fiz, foi um erro. Eu entendo que nem todas as pessoas vão me perdoar e eu entendo os críticos — afirmou o tenista em entrevista nesta quinta-feira (17), a uma emissora pública da Sérvia.
Djokovic também refletiu acerca de toda a situação que o envolveu durante o Aberto da Austrália. Deportado do país, o sérvio foi barrado de participar do torneio, por não ter se vacinado e ser considerado um "risco de saúde pública", de acordo com o governo australiano.
— Sempre me lembrarei de todas as coisas boas que aconteceram para mim em Melbourne. Eu tive muitos momentos lindos profissionais e pessoais lá. Apesar de tudo, tenho uma grande conexão com a Austrália. Os resultados que tive em Melbourne mostram como me sinto quando vou lá. Tudo o que aconteceu este ano foi totalmente inesperado. Será difícil esquecer, mas quero voltar para a Austrália no futuro e jogar na Rod Laver Arena novamente — afirmou o tenista.
Questionado sobre não ter se vacinado contra a covid-19, Djokovic afirmou que temia mudanças em seu organismo.
— Como atleta de elite, quero checar três vezes tudo o que entra no meu corpo. Se algo muda 0,5% no meu corpo, eu sinto. Sou apenas cauteloso antes de tomar qualquer decisão. Vou viver com as consequências — comentou o jogador de 34 anos.
Apesar disso, em outra entrevista, há três dias para a BBC, o tenista afirmou que está disposto a correr o risco de não disputar torneios importantes na carreira, para evitar ter a obrigação de se vacinar. Na ocasião, defendeu o "direito de escolha" sobre receber ou não o imunizante, e afirmou não fazer parte de nenhum movimento antivacina.
Ao final, Djokovic teceu comentários sobre sua relação com seus companheiros, após os eventos do começo desse ano. Segundo ele, "só queria que eles ouvissem o meu lado da história, mas sei que a posição deles não era fácil." O atleta também relatou que recebeu diversas mensagens, em particular, de jogadores o oferecendo suporte.