Com todos os envolvidos e as testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, o caso da agressão ao árbitro Rodrigo Crivellaro em Venâncio Aires deve avançar nos próximos dias. O juiz, que apitava a partida entre o Guarani e o São Paulo de Rio Grande na segunda-feira (4), prestou depoimento na delegacia da cidade do Vale do Rio Pardo no meio da tarde desta terça (5).
Ainda com dificuldades de locomoção e um colar cervical na região onde recebeu um chute de Willian Oliveira, ex-camisa 10 do São Paulo, Crivellaro conversou por cerca de 40 minutos com o delegado Felipe Cano. O servidor disse que depende, agora, do exame de corpo e delito do árbitro, o que deve ocorrer na quarta, em Santa Maria, local onde reside.
— O procedimento foi instaurado na manhã desta terça e já se encontra praticamente concluído. Todas as pessoas necessárias para serem ouvidas já foram, a própria vítima já foi ouvida agora a tarde. O que aguardamos agora é a formalização da materialidade dos fatos, das lesões da vítima, aguardando que ele compareça ao Departamento Médico Legal (DML) para realizar exame para que se descreva suas lesões e suas gravidades. A partir daí, poderemos tomar nossa decisão em relação com possível indiciamento ou por tentativa de homicídio ou por lesão corporal, a depender deste documentos médicos — esclareceu.
Além do acusado e da vítima, foram ouvidos os árbitros assistentes, Ismael Fabiano Carvalho Manchila e Rafael dos Santos Alves, e os policiais militares que estavam no estádio Edmundo Feix. Com o choque, Crivellaro caiu desacordado e tem lembranças só de quando acordou no hospital São Sebastião Mártir ainda na noite de segunda.
O fim da tarde desta terça ainda terá a audiência de custódia de Willian Oliveira. Dependendo do parecer da juíza responsável, o jogador pode já ser liberado no começo da noite. O Ministério Público já garantiu que, caso seja essa a decisão, irá recorrer.
O jogador tem ao menos três antecedentes criminais por lesão corporal, um por ameaça e dois por provocação de tumulto. A acusação é de tentativa de homicídio doloso qualificado.
A pena para o tipo de crime é de 12 a 30 anos, mas por ser tentado, há uma redução de um a dois terços na pena, conforme a proximidade da consumação. A pena final vai depender da evolução do processo.