A jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce se tornou a segunda mulher mais rápida da história nos 100 metros rasos neste sábado, estabelecendo um tempo recorde de 10s63 (vento: + 1,3m/s) no Olympic Destiny Meeting em Kingston, na Jamaica.
Campeã mundial e bicampeã olímpica dos 100 m em 2008-12, de 34 anos, consegue com esse resultado se impor com autoridade a menos de dois meses dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
O feito de Fraser-Pryce impressiona e a deixa atrás apenas da norte- americana Florence Griffith-Joyner, sobre a qual pesam fortes suspeitas de doping. Nos Jogos de Seul em 1988, Flo-Jo estabeleceu o recorde mundial com 10s49.
Após a façanha da jovem norte-americana Sha'Carri Richardson (10s72 em abril), Fraser-Pryce mostrou que ela deve ser levada em conta entre as favoritas para Tóquio com esse novo recorde pessoal — o anterior era de 2012 com 10s70.
Fraser-Pryce se torna a segunda atleta de todos os tempos à frente da americana Carmelita Jeter (10s64 em 2009), que imediatamente a parabenizou.
— Sei o quanto é merecido. Você voltou depois de dar à luz um filho e mostrar ao mundo o quanto é talentosa e apaixonada. Você é oficialmente a mulher mais rápida ainda viva — tuitou Jeter, já aposentada das pistas.
Shelly-Ann Fraser-Pryce enriquece com este tempo um currículo já extraordinário que apresenta tem seis medalhas olímpicas, duas delas de ouro nos 100 metros e dez medalhas douradas em mundiais, das quais quatro nos 100 m, uma nos 200 m , quatro no revezamento 4 x 100 m e uma nos 60 m indoor.
Apesar disso, a discreta jamaicana viveu por muito tempo sob a sombra imponente de seu compatriota Usain Bolt. Nascida em Waterhouse, um gueto de Kingston marcado pela violência, Fraser-Pryce deu à luz seu filho Zyon em 7 de agosto de 2017, mas isso não a impediu de voltar ainda mais forte.
Como embaixadora do Unicef, ela se dedica a trabalhos de caridade, defendendo melhores condições de parto na Jamaica ou melhores informações sobre amamentação.
A única mancha em sua carreira foi ter sido suspensa por seis meses por doping com oxicodona (um opióide) em 2010.
* AFP