O Comitê Olímpico do Brasil (COB) comunicou, nesta quarta-feira, aos atletas que disputarão os Jogos de Tóquio que um lugar no pódio pode render uma premiação extra de até R$ 250 mil, dependendo da cor da medalha. O valor recorde é sete vezes superior ao que foi pago na última edição dos Jogos, no Rio, em 2016, quando o bônus era de até R$ 35 mil para todos os medalhistas, fosse ouro, prata ou bronze.
Atletas campeões olímpicos em modalidades individuais serão premiados em R$ 250 mil. A recompensa pela medalha de prata será de R$ 150 mil e pelo bronze, R$ 100 mil. Equipes com até seis atletas terão os seguintes valores para dividir: R$ 500 mil (ouro), R$ 300 mil (prata) e R$ 200 mil (bronze). Já os atletas das modalidades coletivas receberão R$ 750 mil (ouro), R$ 450 mil (prata) e R$ 300 mil (bronze), também para serem repartidos. Atletas com medalhas em mais de uma prova acumulam os valores, recebendo por conquista.
— Essa premiação é uma homenagem e um reconhecimento ao trabalho dos atletas, os principais protagonistas do movimento olímpico. A premiação é fundamentada em um dos nossos pilares: a meritocracia — disse o presidente do COB, Paulo Wanderley.
A meta do comitê é superar em Tóquio a quantidade de medalhas conquistadas na Rio-2016, quando o País ficou na 13.ª colocação geral, com 19 pódios, sendo sete de ouro, seis de prata e seis de bronze. A entidade, no entanto, evita falar abertamente em um número exato de medalhas, como em edições anteriores dos Jogos. O Time Brasil terá no Japão cerca de 300 atletas - atualmente 272 vagas já estão confirmadas, mas várias modalidades ainda buscam índice olímpico.
Ao contrário dos Jogos do Rio, quando a premiação foi paga diretamente por empresas patrocinadoras da Olimpíada e do COB, agora a verba vem de recursos privados do comitê, o que não inclui os repasses de 1,7% do valor apostado em todas as loterias federais do País.
Mesmo com o aumento da premiação aos medalhistas em relação a 2016, a realidade do Brasil ainda está distante dos principais países da Europa. O Comitê Olímpico Italiano, por exemplo, anunciou semana passada que, em Tóquio, a medalha de bronze valerá um prêmio de 60 mil (R$ 360 mil), a de prata será de 90 mil (R$ 540 mil) e a de ouro renderá 180 mil (cerca de R$ 1 milhão).
— A premiação aos atletas só foi possível graças à contenção de gastos e ao saneamento financeiro implementados pelo COB. Além disso, mesmo diante de um cenário inédito e desafiador por causa da pandemia, fechamos novos contratos de patrocínio, que foram fundamentais para colocarmos em prática esta ação — explicou o diretor geral do COB, Rogério Sampaio.
A premiação deverá ser entregue aos atletas até o fim do ano, no Prêmio Brasil Olímpico. O incentivo é válido também para os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022.
O COB está investindo R$ 60 milhões somente na logística da viagem e o período de aclimatação da equipe brasileira em Tóquio. Neste ano, foram destinados outros R$ 150 milhões às confederações para projetos de treinamento e competições de preparação, além de R$ 12 milhões para o desenvolvimento das categorias de base e também R$ 30 milhões somente naquelas modalidades com mais chances de pódio.
Funcionários do setor de logística e infraestrutura do COB já estão no Japão. Os primeiros atletas a desembarcar no país serão os da canoagem slalom, no dia 6 de julho - a cerimônia de abertura dos Jogos ocorre no dia 23. O Time Brasil usará antes e durante a Olimpíada bases de apoio espalhadas em nove cidades.
— Estamos na fase final do nosso planejamento operacional, nos últimos ajustes em relação aos protocolos de segurança para o envio dos atletas ao Japão. A perspectiva é de que o Brasil tenha uma boa representação nessa edição de Jogos Olímpicos, mesmo com todas dificuldades enfrentadas. Ao longo dos últimos anos o desempenho dos atletas brasileiros em competições internacionais foi de relevância. A confiança é grande nessa boa representação — disse o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara.