Desde abril de 2021, Mano Menezes dirige o Al Nassr, da Arábia Saudita, e vem fazendo um bom trabalho no Oriente Médio. Sob o seu comando, a equipe perdeu apenas duas vezes em 11 partidas e ficou na sexta posição na tabela de classificação, com 46 pontos.
Em entrevista ao Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, que vive semana comemorativa aos 50 anos do programa, o ex-treinador do Grêmio e da Seleção Brasileira falou sobre as mudanças que o futebol tem sofrido desde que ele iniciou sua carreira como técnico, há mais de 20 anos.
— O jogador atualmente não tem o vínculo que tinha alguns anos atrás com o clube. O vínculo é muito mais sútil, isso trouxe outros elementos para o convívio diário do futebol, como os agentes. As redes sociais criaram um vulcão que está sempre para explodir, existe uma pressão muito grande sobre os jogadores, sobre os dirigente e os treinadores. Algo quase insuportável — pontuou.
Em entrevista no ano passado, Mano havia afirmado que o fenômeno de técnicos estrangeiros era algo passageiro no futebol brasileiro. Agora, voltou a falar sobre o assunto, deixando claro que não possui nenhum tipo de problema com a contratação de treinadores de fora do país.
— Tenho muito cuidado para falar sobre isso. Moda é ruim sempre, porque não tem consistência, não tem cultura bem desenvolvida. Ela vai e volta com uma velocidade que no futebol é ruim, ou te coloca nas nuvens ou no inferno, e acho que isso é péssimo. O que tem dado recentemente títulos são os trabalhos a mais longo prazo — ressaltou.
O treinador frisou a sua relação com o Sala de Redação, que chegou em 2021 ao seu aniversário de número 50. Ele relembrou que escuta o programa radiofônico desde a época que Cândido Norberto era o moderador do debate esportivo mais famoso do Rio Grande do Sul.
— Eu sempre fui mesmo um ouvinte do Sala. Peguei ainda quando o programa tinha as discussões do Oswaldo Rolla com o Cid Pinheiro Cabral, depois com o professor Ruy (Carlos Ostermann) mediando, com o Claudio Cabral, e agora com o Pedro (Ernesto). É um programa que é referência. Antes de trabalhar com futebol, eu entrava na empresa às 14h. Minha rotina era a seguinte: deixava a minha filha na escola e encostava meu carro. Ouvia o Sala das 13h às 14h e depois ia trabalhar. A gente tem que saborear o programa, é uma grande construção que nós gaúchos tivemos ao longo do tempo — finalizou.