O coordenador de futebol do São Paulo, Muricy Ramalho, 65 anos, acredita que a Conmebol poderia ajudar a população sul-americana de uma maneira mais justa do que imunizando 25 mil profissionais das principais ligas do esporte do continente. Para o ex-treinador do Inter, a aplicação das 50 mil doses da vacina contra a covid-19 anunciadas nesta terça-feira (13) pela entidade deveriam seguir o calendário de vacinação dos governos federais.
— Poderia ter uma iniciativa ajudando, mas não diretamente só jogadores e comissão técnica. Acho estranho. Poderia colaborar, comprar vacina, mas distribui, nem que seja para os paraguaios, onde fica a sede da Conmebol — sugeriu Muricy, em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, nesta terça.
— O futebol não pode estar afastado da realidade e do povo. Tem que seguir o que os governos prepararam para isso. Eu estou esperando minha vez, deve acontecer semana que vem — analisou.
Muricy revelou detalhes da nova função na gestão no tricolor paulista e dos seus protocolos pessoais de prevenção ao coronavírus. Ele diz que poucas coisas surpreenderam ele no meio futebolístico fora de campo. A rotina de mais de 10 entrevistas com técnicos candidatos ao cargo no São Paulo, através de vídeo-chamadas, foi uma delas.
— Queríamos um treinador que viesse respeitando o DNA do São Paulo. Um time que jogue bem mas que seja aguerrido, que pressiona o adversário e não deixa jogar no Morumbi. Isso é o que o torcedor gosta. Só ter a bola não deixa a torcida satisfeita — explicou.
A busca por um treinador estrangeiro e jovem, "com fome de títulos" respeitou as mesmas regras das suas conversas e deslocamentos do dia a dia no Morumbi: fazer tudo sozinho ou o mais longe possível dos companheiros de clube. Muricy revela, ainda, que o argentino Hernán Crespo tem se mostrado aberto ao diálogo.
— Estamos felizes porque o que ele e a comissão técnica estão apresentando fazem a gente pensar que acertamos na contratação — elogiou.