Antes mesmo de ser contratado pelo Grêmio, Rafinha já havia estabelecido uma conexão com Porto Alegre. O lateral foi um dos atletas que contribuiu para o projeto de Dunga, capitão do tetra na Copa do Mundo de 1994, que montou a chamada Seleção do Bem para arrecadar e auxiliar famílias carentes desde o início da pandemia do novo coronavírus. O ex-jogador e treinador da Seleção Brasileira falou em entrevista ao Cardápio de Domingo, da Rádio Gaúcha.
— As necessidades das pessoas aumentaram na pandemia. Vamos juntando forçar e montando a Seleção do Bem. O Rafinha, antes de estar em Porto Alegre, já estava nos ajudando. Tem muitos jogadores envolvidos na questão social, que não esquecem suas raízes — revelou.
As ações sociais se iniciaram na parceria de Dunga e Tinga, que antes mesmo da pandemia já desenvolviam iniciativas na zona sul de Porto Alegre. A corrente do bem durante chegou até outros boleiros, com reforço de jogadores da dupla Gre-Nal e empresários. Todas as arrecadações foram destinadas a entidades assistenciais para a distribuição dos alimentos.
— O futebol me deu muito. Até o final da minha vida, eu não vou ter como retribuir. Eu tenho a possibilidade de ficar em casa, de não trabalhar, mas muitas pessoas não têm. É uma forma que eu tenho de retribuir e agradecer —destacou.
De acordo com informações do projeto, foram arrecadadas e distribuídas mais de 228 toneladas de alimentos desde março de 2020, além do atendimento para mais de 75 entidades e comunidades.
Dunga também fez uma reflexão a cerca da questão da vacinação, quando questionado sobre o episódio da Conmebol, que recebeu a doação de 50 mil doses de vacinas e quer imunizar jogadores.
— Toda a decisão é um pouco polêmica. Eu acho que a vacina teria que ser aplicada naqueles que saem para trabalhar. Porque no momento que todos têm de ficar em casa, teria que vacinar quem sai para trabalhar, que poderia trazer a infecção para a casa. Temos que analisar a questão da teoria e da realidade. Temos que cuidar a saúde e o trabalho, uma coisa não pode andar separada da outra. Precisamos analisar quanto o futebol vai agregar aos trabalhadores, quanto vai proporcionar para a renda das famílias, e avaliar isso — provocou.