A diretoria do Corinthians terá de repensar seriamente o planejamento de não gastar na contratação de reforços para 2021. Ou pode pagar caro no fim do ano. Depois de um falso início de temporada, com bons resultados, o futebol carente é cada mais evidente e começa a se transformar em tropeços. Depois de derrota para a Ferroviária, quarta-feira, jogou muito mal e acabou apenas empatando, nesta sexta-feira (16), diante do frágil São Bento, por 1 a 1, na volta à Neo Química Arena.
Depois de 40 dias sem atuar em seu estádio por causa das medidas de combate à covid-19 na capital paulista, a expectativa era de uma grande apresentação e a reabilitação no Paulistão, após perda de invencibilidade em Araraquara. Mas os planos não deram certos e o time teve de se contentar com um pontinho apenas. A virada não veio para repetir aquele 2 a 1 na Ponte Preta, no último jogo em casa, dia 7 de março.
Jogar mal já virou comum no 2021 corintiano. Foi assim diante do Bragantino, São Caetano, Mirassol, Retrô e Guarani, desempenhos mascarados com o resultado positivo. Três vitórias magras, empate e avanço contra os pernambucanos nos pênaltis na Copa do Brasil e estreia sem gols em Bragança com o rival sendo o favorito.
Após perder a invencibilidade de 10 partidas levando virada diante da Ferroviária, com dois gols no fim por falta de atenção, a ordem era não repetir o apagão de Araraquara. Com os titulares de volta e um rival na zona de rebaixamento, a expectativa era a melhor possível.
Poucos minutos, porém, lá estava o time de Sorocaba festejando a abertura do placar. O lateral Gabriel saiu da defesa sem ser incomodado. Passou por diversos marcadores e acertou no canto de Cássio. Pintura dedicada com muita emoção ao pai, seu incentivador, falecido faz um ano.
Com menos de 15 minutos, o técnico Vagner Mancini já berrava à beira do campo pedindo para o Corinthians entrar no jogo. O futebol apresentado era o mesmo de tantos outros jogos no ano: nenhuma técnica, um punhado de passes errados, nervosismo e dificuldade em criar boa chance de gol.
Sem ganhar de ninguém no Paulistão até então, o São Bento se sentia em casa em Itaquera. Marcava bem e ainda explorava ótimos contragolpes. Pecava, porém na hora de ampliar. Do lado corintiano, os meninos Vitinho, Kauê e Rodrigo Varanda mostravam nervosismo com o resultado adverso. E os mais experientes não ajudavam.
Com seus homens da frente apáticos e recebendo bronca a todo momento, coube a Gabriel e Gil tentarem empatar o jogo. Com chutes do volante ou cabeçadas do zagueiro. Um futebol pobre e merecido 1 a 0 para os visitantes no primeiro tempo.
Os péssimos 45 minutos irritaram demais o técnico corintiano que mandou seus reservas aquecerem antes de a etapa terminar. O Corinthians foi preguiçoso na frente e frouxo na marcação, dando muitos espaços. Estivesse com público em Itaquera e a vaia seria ensurdecedora após vexatória primeira etapa.
Mancini sacrificou os três meninos para aumentar a experiência com Otero, Luan e Jô já na volta do intervalo. Precisava se impor e assustar um oponente até ali sossegado. De cara, duas chances de gols criadas.
O passar do tempo, entretanto, era um inimigo a mais em campo. Mesmo jogando o tempo todo no campo de ataque, faltava inspiração e qualidade e os chuveirinhos eram a única saída. Mas não davam em nada. Até o volante Alan Dias, infantilmente, colocar a mão na bola numa disputa com Jô pelo alto. Pênalti marcado e empate com cobrança de Fábio Santos.
A igualdade prevaleceu até o fim e até saiu barato ao Corinthians. O tropeço gigante poderia ser ainda maior não fosse defesa difícil de Cássio no fim. A tentativa de reação foi adiada para domingo, às 22 horas, diante do Ituano, também na Neo Química Arena.
Ficha técnica:
Corinthians 1 X 1 São Bento
Corinthians: Cássio; Fagner, Bruno Mendez, Gil e Fábio Santos; Gabriel (Léo Natel), Cantillo e Vitinho (Luan); Rodrigo Varanda (Otero), Gustavo Mosquito (Gustavo Pereira) e Kauê (Jô). Técnico: Vagner Mancini
São Bento: Luiz Daniel; Gabriel, Bruno Leonardo, Dirceu e Pablo; Serginho, Allan Dias (Júlio Rusch) e Diego Tavares (Leilson); Daniel Costa (Fábio Bahia); Ítalo (Geovane Itinga) e Mateus Santos (Ruan). Técnico: Edson Vieira
Gols: Gabriel, aos 7 minutos do primeiro tempo; Fábio Santos (pênalti), aos 31 do segundo Árbitro: Thiago Duarte Peixoto
Local: Neo Química Arena.