O técnico Rogério Ceni, do Flamengo, defendeu o meia Gérson no suposto caso de racismo ocorrido na partida de domingo (20), no Maracanã, contra o Bahia, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, quando o atacante colombiano Ramirez, da equipe baiana, teria chamado o jogador flamenguista de "negro".
— Conversei com o Gérson, ouvi da parte dele o que o Ramirez falou. É lamentável. O Brasil é um país que recebe e acolhe muito bem as pessoas, o sul-americano no futebol. Pelo que o Gérson relatou, ele falar "cala a boca, negro", é pesado demais para alguém que foi bem recebido no mercado de trabalho no Brasil. O racismo não está só nisso — disse o treinador.
Ao mesmo tempo, Ceni destacou o poder de reação do Flamengo, que ficou com 10 jogadores logo aos nove minutos de jogo, após a expulsão do atacante Gabriel Barbosa, e chegou a estar perdendo por 3 a 2 até os minutos finais, quando obteve virada sensacional para 4 a 3.
— É incrível que a partida tem 90 minutos e jogamos mais de 90 minutos com um jogador a menos. Então, foi um jogo histórico. Estar ganhando por 2 a 0, fazer um gol com um jogador a menos, tomar a virada para 3 a 2 e reunir forças psicológicas, ter força mental... As substituições que contra o Racing deram resultado por nos levar para os pênaltis, agora nos trouxeram a vitória que nos mantém vivos no Brasileiro. Ainda bem que temos uma semana para trabalhar pelo desgaste — afirmou o treinador, referindo-se ao compromisso com o Fortaleza, pela 27ª rodada.
O Flamengo é o segundo colocado no Brasileirão, atrás do líder São Paulo, que tem 53 pontos em 26 partidas. O time da Gávea soma 48, em 25 jogos.