A final masculina do Aberto de Tênis da França deste ano apresentou algumas novidades. Além da pequena presença de público nas arquibancadas, já que apenas mil torcedores puderam comparecer em virtude dos protocolos de segurança sanitária para evitar o contágio da covid-19, a partida na quadra Philippe Chatrier foi disputada com o recém inaugurado teto retrátil fechado, já que a chuva que caía em Paris minutos antes de o jogo começar, e a previsão de tempo instável ao longo deste domingo (11) ameaçavam interromper o confronto entre o líder do ranking, o sérvio Novak Djokovic, e o maior campeão da história do torneio, o espanhol Rafael Nadal.
E realmente esta foi a grande diferença para os últimos 16 anos em Roland Garros, que se acostumou com o domínio de Nadal, que entrou na final defendendo um retrospecto de 99 vitórias em 101 jogos no torneio. E o canhoto de 34 anos não decepcionou e obteve sua 100ª vitória no saibro francês, ao marcar implacáveis 6/0, 6/2 e 7/5, em 2h41min de jogo e comemorar seu 13º título no torneio - desde 2004, ele só não venceu em 2009/15/16.
O 56º confronto entre Djokovic e Nadal foi amplamente dominado pelo espanhol, que no primeiro set aplicou um "pneu" no sérvio, ao quebrar o saque em três oportunidades (1-0, 3-0 e 5-0) e com apenas dois erros não forçados contra 13, vencer por 6/0 e dar início a um verdadeiro passeio.
Na segunda parcial, Djoko lutou muito para confirmar o serviço logo no primeiro game. Porém, a partir desse momento, ele foi submetido por Nadal a um jogo quase perfeito, com uma grande variação de golpes do espanhol, que havia vencido seis dos sete enfrentamentos disputados entre eles em Roland Garros. Com mais duas quebras (2-1 e 4-1), ele fez 6/2, mais uma vez com um baixo número de erros não forçados: quatro contra 17.
O terceiro set começou com os dois jogadores mantendo o saque, até que o espanhol conquistou um break no quinto game (3-2) e sacou para consolidar a vantagem. Porém, o sérvio conseguiu devolver a quebra, empatar a parcial e logo depois assumir a liderança (4-3) pela primeira vez em toda a partida.
Mas a reação de Djokovic durou apenas até o 11º game, quando ele cometeu um dupla falta e deu ao espanhol a condição de sacar para fechar o jogo, que foi a sétima final da história de Roland Garros com o campeão perdendo somente sete games. O recorde pertence ao argentino Guillermo Vilas, que em 1977 cedeu apenas três para o norte-americano Brian Gottfried. Nadal, em 2008, perdeu quatro para Roger Federer.
A vitória deste domingo ainda deixou Rafael Nadal empatado com o suíço Roger Federer, com o maior campeão de torneios de Grand Slam da história da Era Aberta, com 20 conquistas cada. Na carreira, o jogador nascido em Mallorca acumula 86 títulos em 123 finais e soma 999 vitórias em 1.200 jogos disputados.