O primeiro título do Los Angeles Lakers em 10 anos na NBA foi conquistado no domingo (11), com uma vitória por 106 a 93 sobre o Miami Heat. Mas a construção da conquista começou muitos anos antes, quando Kobe Bryant ainda era o principal nome do time mais popular do basquete.
Em 2014, Kobe passou a sofrer com lesões, e o elenco estava enfraquecido com os problemas físicos que encerrariam a carreira de Steve Nash e com a saída de Dwight Howard — ambos jogadores por quem o Lakers investiu um alto capital. Aos poucos, ficava claro que era preciso uma reconstrução.
Nos últimos seis anos, a franquia passou por idas e vindas, busca por identidade e uma sequência de temporadas negativas, que culminaram em escolhas altas no draft, o processo de recrutamento de jogadores universitários e internacionais para a NBA. Assim, a equipe selecionou Julius Randle, Larry Nance, Jordan Clarkson, Brandon Ingram, Ivica Zubac, Lonzo Ball, Kyle Kuzma, Josh Hart e Mo Wagner, entre outros.
A consequência foi um time promissor, mas que não entregou resultados imediatamente — uma obrigação em Los Angeles. Aos poucos, a direção começou a buscar utilizar os jovens como moeda de troca.
A mudança foi drástica ocorreu em 2018. Depois de quatro anos da volta ao Cleveland Cavaliers, LeBron James decidiu se mudar para a Califórnia e assinou com o Lakers por quatro temporadas. De repente, havia pressa para montar um elenco pronto. Assim, o Lakers não renovou com Randle e trocou Clarkson para preservar o espaço no teto salarial. A grande troca viria antes da temporada 2019/2020: Ingram, Ball, Hart e três escolhas de primeira rodada foram enviadas ao New Orleans Pelicans para adquirir Anthony Davis, que seria o principal escudeiro de LeBron.
Com os dois astros assegurados, o Lakers passou a buscar o terceiro. Antes da temporada, a prioridade era Kawhi Leonard, que acabara de ser campeão com o Toronto Raptors. Depois de uma semana de especulações, o ala preferiu o rival Los Angeles Clippers. Assim, o Lakers passou a correr contra o tempo para fechar o grupo, que só tinha os jovens Kuzma e Alex Caruso, além do recém-draftado Talen Horton-Tucker. Em poucos dias, o time renovou com Kentavious Caldwell-Pope, Rajon Rondo e JaVale McGee. Assinou no mercado com Danny Green, Avery Bradley, Quinn Cook e Jared Dudley. Contratou também DeMarcus Cousins, que nem chegaria a estrear em função de uma grave lesão no joelho — o que abriu caminho para o retorno de Dwight Howard.
Assim, criou-se a base do time campeão. Durante a temporada, foram pequenos ajustes. Markieff Morris foi buscado após ser cortado pelo Detroit Pistons, enquanto Dion Waiters e J.R. Smith foram chamados logo antes da ida para a bolha da NBA, em Orlando.
O processo, que durou seis anos e recebeu fortes contestações, finalmente deu ao Lakers o 17° título na história da franquia — um recorde na história da NBA, ao lado do Boston Celtics.