O início de Everton em Portugal é promissor. O atacante de 24 anos foi uma das principais contratações do Benfica para a temporada e, pelo que se viu nos cinco primeiros amistosos da equipe, ele será titular e peça importante da equipe comandada por Jorge Jesus.
Na quarta-feira (2), teve atuação discreta na vitória por 2 a 1 sobre o Braga. Acabou substituído aos 19 minutos do segundo tempo sem fazer um grande jogo. Mas, no domingo, havia marcado um belo gol na vitória por 2 a 1 sobre o Bournemouth, no Estádio da Luz.
Foi a segunda vez que Cebolinha balançou as redes com a camisa do Benfica — a primeira televisionada. Isso porque o primeiro gol mesmo foi no jogo-treino contra o Benfica B, ao qual a imprensa e os torcedores não tiveram acesso.
Aliás, os portugueses pouco conseguiram assistir ao Everton jogar pelos Encarnados, como o time é conhecido, por enquanto. Apenas os amistosos contra o Braga e contra o Bournemouth tiveram transmissão pela TV. Os demais, serviram apenas para Jorge Jesus testar o elenco, que conta com três grandes reforços: Everton, Waldschmidt (meia-atacante da seleção alemã) e Vertonghen (zagueiro da seleção belga).
— Penso que o Everton tem capacidade para ser a grande figura deste novo Benfica, mas não esquecendo que também foi contratado também o Waldschmidt, que herdou a camisa 10 do Jonas, que é ídolo aqui e ninguém havia vestido desde a sua saída. O Benfica também contratou o Vertonghen, que é um grande jogador, e em janeiro chegou o Weigl. Mas acredito que o Cebolinha será mais decisivo — avalia o jornalista Rodrigo Coimbra, do portal zerozero, de Lisboa.
Com a camisa 7 às costas, Everton posicionou-se nestes primeiros momentos pelo clube português como extrema esquerda, assim como fazia no Grêmio. Ele até mesmo desbancou o antigo titular da posição, o português Rafa, que passou a ser utilizado pela direita. Como o Benfica de Jorge Jesus ataca no mesmo 4-2-3-1 utilizado por Renato, o jogador não deverá ter dificuldade de adaptação à função.
Nestes amistosos, inclusive, Cebolinha fez algo que já vinha fazendo em Porto Alegre: inverteu de posicionamento com os demais jogadores de ataque. Embora na maior parte do tempo pela esquerda, ora aparecia pela direita e por vezes até mesmo centralizado. Foi assim, posicionamento pelo meio, que marcou o primeiro do Benfica contra o Bournemouth, que foi anulado pela arbitragem por conta de uma falta.
Já no segundo gol, o que foi validado, Everton fez o que os torcedores do Grêmio habituaram-se a vê-lo fazer no Brasil. Aproveitou uma sobra pela esquerda, puxou para o meio e bateu forte, de perna direita, no canto esquerdo do goleiro adversário.
— Mesmo com pouco tempo de jogo já podemos perceber que é um jogador que tem muita confiança e chuta de onde for, sem medo. Ele acabou de chegar ao Benfica, mas parece muito bem ambientado. Tecnicamente é muito bom jogador, o que falta ainda é entrosamento com os companheiros, que vai adquirir com o tempo — destaca Adérito Esteves, repórter do site Maisfutebol, de Portugal.
Essa adaptação rápida tem alguns fatores que podem ser destacados. O primeiro é o idioma, que facilita a comunicação entre os atletas. O segundo, o treinador, que já o conhecia. E o terceiro a legião de brasileiros no Benfica. Além de Everton, o clube contra com outros seis brasileiros no elenco: o goleiro Helton Leite, o zagueiro Jardel, o lateral-direito Gilberto, os meias Gabriel e Pedrinho, e o centroavante Carlos Vinícius.
"Parecia pouco presente em jogo. De repente, pegou na bola e atirou a contar na primeira jogada de que dispôs para tal. Tabelou com Pizzi aos 29min e podia ter feito o segundo da conta pessoal. Começou à esquerda mas variou por três posições", escreveu o jornal Record sobre a atuação de Everton contra o Bournemouth.
Em Portugal, os jornalistas garantem que já conheciam Cebolinha, especialmente pelos jogos com a camisa da Seleção Brasileira, na Copa América de 2019, mas também pelos confrontos com o Flamengo no ano passado. O clube carioca recebia os olhares atentos dos portugueses, que tem em Jorge Jesus uma grande figura do futebol do país.
Ainda que o início empolgue, a imprensa local faz um alerta: Everton precisará corresponder jogo após jogo, já que o investimento feito para contratá-lo foi alto. Os 20 milhões de euros pagos ao Grêmio pelo Benfica o transformaram na terceira maior contratação da história do clube e também do futebol português.
— As primeiras impressões são positivas. Nota-se que ele tem muita qualidade, que é um jogador acima da média, e é justamente isso que se espera dele aqui em Portugal. O valor pago por ele é alto, não é normal um clube português pagar toda essa quantia — ressalta Coimbra.
À sua frente, apenas o mexicano Raúl Jiménez (hoje no Wolverhampton), que foi contratado por 21,8 milhões milhões de euros pelo Benfica em 2015, e o centroavante uruguaio Darwin Nuñez, 21 anos, recém-contratado por 25 milhões de euros (cerca de R$ 158 milhões). A mesma quantia de 20 milhões paga pelo Benfica para ter Everton foi desembolsada pelo volante Weigl (ex-Borussia Dortmund) e pelo espanhol Raúl De Tomas (hoje no Espanyol).
Com todo esse cartaz inicial, a expectativa é de que Cebolinha seja o principal ingrediente do Benfica de Jorge Jesus, que pediu expressamente a contratação do ex-gremista à diretoria do clube. E, no que depender da energia positiva enviada no Rio Grande do Sul para o craque do Gauchão, Everton será destaque também em solo europeu.
Os fãs ainda poderão acompanhá-lo em mais um amistoso antes da estreia oficial. No próximo sábado, o adversário será o Rennes, da França. O primeiro jogo valendo mesmo será em 20 de setembro, contra o Famalicão, pela primeira rodada do Campeonato Português.
Time-base do Benfica para a temporada 2020/2021:
Contratações mais caras da história do futebol português:
- Darwin Nuñez - 25 milhões de euros (Benfica)
- Raúl Jiménez - 21,8 milhões de euros (Benfica)
- Everton - 20 milhões de euros (Benfica)
- Weigl - 20 milhões de euros (Benfica)
- Raúl De Tomas - 20 milhões de euros (Benfica)
- Óliver Torres - 20 milhões de euros (Porto)
- Imbula - 20 milhões de euros (Porto)
Contratações mais caras da história do Benfica:
- Darwin Nuñez - 25 milhões de euros
- Raúl Jiménez - 21,8 milhões de euros
- Everton - 20 milhões de euros
- Weigl - 20 milhões de euros
- Raúl De Tomas - 20 milhões de euros
- Pedrinho - 18 milhões de euros
- Vinícius - 17 milhões de euros
- Rafa Silva - 16 milhões de euros
- Luca Waldschmidt - 15 milhões de euros