Campeão da Libertadores e do Mundo com o Inter, Edinho quebrou um silêncio que durou cinco anos. Depois de dizer, em 2015, que sua maior conquista havia sido a vitória por 5 a 0 no Gre-Nal 407, com a camisa do Grêmio, o ex-volante da Dupla revela que teve depressão e problemas com álcool na época da declaração.
— Foi uma declaração muito equivocada de minha parte. Fui muito mal. A matéria era sobre a volta por cima que eu estava dando, depois de seis meses afastado pelo Felipão. Eu estava com depressão, bebendo muito. Foi um momento muito complicado na minha vida. O que me salvou foram meus amigos de Capão da Canoa. Eu saía de Porto Alegre depois do treino e ia para a praia. Eu não precisava ter falado aquilo naquele momento. Me arrependo amargamente do que falei — revelou, em entrevista ao Show dos Esportes, na Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (21), e continuou:
— Sou um cara que erra demais. Eu paguei esse tempo. Foram cinco anos sem falar com ninguém, com amargura muito grande no meu coração. Demorou muito para eu conseguir meu espaço no Inter e por um erro gravíssimo da minha parte as coisas mudaram. Já pedi perdão, mas não tenho vergonha de pedir desculpa. Mesmo que peça perdão, sei que essa marca fique. Respeito o torcedor e essa mágoa. Mas tenho lutado para mudar minha vida.
Edinho também contou que está engajado em ações para ajudar famílias atingidas pelos impactos do coronavírus. Ele promove uma rifa com três camisetas de goleiros: Rogério Ceni, do São Paulo, Marcos, do Palmeiras, e Diego Cavalieri, do Fluminense. Os números para concorrer às peças estão disponíveis online.
— Não tenho ficado muito em casa. Minha cidade, Ararauama, no interior do Rio de Janeiro, enfrenta muitas dificuldades. Todo sábado fazemos uma entrega em bairros diferentes da cidade. Eu poderia estar no Rio de Janeiro sossegado com minha família. Mas não consigo. Deus colocou isso no meu coração e da minha esposa também e vamos encarar de frente.
Na entrevista, Edinho também recordou a relação com Fernandão, os títulos da Libertadores e do Mundial com o Inter em 2006, e a importância de Abel nas conquistas. Ouça: