Assim como os dois primeiros dias de competição em Brasília, a seleção brasileira de judô não deixou a desejar no tatame do Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) no encerramento do torneio. Nesta terça-feira (8), o país conquistou mais quatro medalhas: um de ouro e três de prata. E, se na segunda-feira só deu Sogipa, dessa vez o clube gaúcho não teve representantes no pódio.
Sem Mayra Aguiar, cortada por lesão no joelho esquerdo, coube a Rafael Macedo (90kg) e Leonardo Gonçalves (100kg) representar esporte gaúcho. No entanto, ambos caíram na repescagem e não chegaram a disputar medalhas.
O primeiro pódio do dia chegou com o paulista Rafael Buzacarini na categoria até 100kg. Na final contra o japonês Kentaro Iida, o brasileiro não conseguiu manter a mesma intensidade e acabou perdendo por ippon.
— Feliz pela medalha, é uma experiência única lutar em casa. A pontuação é bastante alta, agora é continuar medalhando para conseguir chegar na Olimpíada — disse, satisfeito, o medalhista de prata que briga com o sogipano Leonardo Gonçalves por vaga em Tóquio 2020.
Mas os destaques do dia foram os pesos-pesados. No feminino, a final foi brasileira. Beatriz Souza, número 8 do mundo, saiu vitoriosa contra Maria Suelen Altheman, número 3. A jovem de 21 anos venceu a disputa por imobilização.
— Muito bom uma conquista dessas, meu primeiro Grand Slam com ouro, ainda mais em casa. A Maria é uma adversária mega forte, a gente sempre se encontra nos combates. Mas é sempre 50/50 e a gente decide no tatame mesmo — analisou, sorridente, a judoca após a luta.
Porém, o melhor ficaria por último. Após Rafael Silva, o "Baby", perder a disputa de bronze para o russo Inal Tasoev com um ippon no golden score. David Moura teve a missão de tentar destronar o francês Teddy Riner na grande decisão da categoria até 100kg.
Riner é o grande nome do judô mundial. Bicampeão olímpico e 10 vezes campeão mundial, o francês ficou dois anos longe dos tatames e voltou a competir no segundo semestre de 2019. Foi campeão no Grand Prix de Montreal, chegou no Brasil como favorito na categoria e cumpriu com a escrita.
Na final, Teddy no deu chances para o brasileiro e venceu a luta com um ippon em 18 segundos.
— O cara é fora da curva, mas estou feliz pelo desempenho que tive na competição, ainda mais aqui no Brasil. Minha família estava aqui, e o público foi maravilhoso — disse David, com a prata no pescoço, após o combate.
Balanço da Sogipa
Apesar de não ter subido ao pódio nesta terça-feira (10), a Sogipa traz para Porto Alegre um desempenho histórico. Dos 10 atletas que embarcaram para Brasília, cinco voltam com medalhas no peito: dois ouros, duas pratas e um bronze. Ao todo, o Brasil conquistou 17 pódios na competição.
Resultado considerado muito satisfatório pelo treinador do clube gaúcho e da seleção brasileira Antônio Carlos Pereira, o Kiko.
— Estamos satisfeitos. Nunca tínhamos conquistado em um Grand Slam mais de três medalhas e dessa vez foram cinco. Foram pontos importantes que fortifica o projeto e, principalmente, na categoria até 63kg, com a Ketleyn e a Aléxia, confirmam que o peso tem muita chance de se classificar para a Olimpíada. O Daniel se distanciou bem do Chibana, foi um resultado que praticamente carimbou ele (para Tóquio 2020). A Portela mantém a regularidade, o David foi uma grande surpresa e começa a brigar por vaga olímpica. Foi um saldo muito positivo. Claro, nem todos conseguiram os resultados que a gente esperava, mas é do esporte. Agora é seguir com o trabalho — analisou.
Os principais resultados do terceiro dia:
+78kg
FINAL
Maria Suelen Altheman x Beatriz Souza - Beatriz vence por imobilização
100kg
FINAL
Rafael Buzacarini x Kentaro Iida (JAP) - perdeu por ippon
+100kg
BRONZE
Rafael Silva x Inal Tasoev - perdeu por ippon no golden score
FINAL
David Moura x Teddy Riner - perdeu por ippon