A segunda-feira (7) será um dia chave para uma das disputas mais acirradas do judô brasileiro neste ano pré-olímpico. A porto-alegrense Aléxia Castilhos e a brasiliense Ketleyn Quadros sobem no tatame do Grand Slam de Judô de Brasília, na categoria até 63kg, a partir das 11h, com a cabeça nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Só uma pode representar o Brasil, e a competição na capital do país é de extrema importância nesta reta final de temporada.
Desde 2018, a gaúcha de 24 anos vinha sendo a brasileira mais bem colocada no ranking olímpico do peso meio-médio. Perdeu o posto após o Mundial de Tóquio, em agosto, mas a diferença é de apenas 185 pontos.
— Pode ser peça-chave (a competição), mas também sei que haverão outras e que essa não é a chance final. Não estou pensando muito em ranking no momento, apenas em lutar bem e dar meu máximo. O resultado e o ranking são consequências — declarou Aléxia Castilhos após seu último treino em Brasília.
No sorteio dos confrontos, a gaúcha leva uma pequena vantagem por ser cabeça de chave e iniciar pontuando mais. No entanto, Ketleyn luta em sua terra natal e contará com o apoio irrestrito da torcida.
— Estou muito feliz por lutar em Brasília. Além de não precisar me adaptar ao fuso horário e ao clima, é o lugar onde dei os meus primeiros passos, tenho meus professores, amigos e família — revelou Ketleyn, medalhista de bronze na Olimpíada de Pequim 2008.
Atualmente, a Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa) conta com um seleto grupo de talentos no peso meio-médio feminino. A experiência de uma medalhista olímpica em Ketleyn Quadros, a atual geração vencedora de Aléxia Castilhos e uma categoria de base forte com Ryanne Lima. Essa última, paulista de 20 anos, com resultados expressivos pela seleção sub-21 no Exterior, também foi convocada para competir em Brasília.
Hora de mostrar trabalho
Se em algumas categorias as disputas por uma vaga em Tóquio estão emocionantes, em outras nenhum brasileiro se credencia a estar no Japão. É o caso do peso leve masculino, até 73kg. Eduardo Katsuhiro, do Clube Paineiras, ocupa o 38° lugar no ranking mundial e é o melhor colocado do país na lista. Muito longe da classificação olímpica — que seleciona os 16 melhores do mundo.
Não ter um favorito, torna a categoria aberta. A CBJ segue fazendo testes com atletas do peso, e um deles acredita que o Grand Slam de Brasília seja fundamental para mostrar trabalho: o paulista David Silva, de 22 anos, da Sogipa.
— O peso 73kg não tem nada definido e uma medalha muda muita coisa. Estou confiante depois do Troféu Brasil (quando ficou com o bronze), fiz boas lutas. Quero me manter no pódio, mas mirando o lugar mais alto — revelou otimista o atleta, número 76 do mundo.
O sogipano também lutará nesta segunda-feira (7), a partir das 11h. Além dele, Maria Portela (70kg) fechará a equipe gaúcha do dia. O vencedor do torneio soma mil pontos nos rankings mundial e olímpico. As preliminares serão transmitidas pelo site ijf.org. Já as finais, às 16h, serão transmitidas pelo canal SporTV3.