Mesmo com uma chuva fina que começou a cair no final da manhã desta segunda-feira (30), torcedores do River Plate se aglomeraram em um dos portões do Monumental de Núñez para buscar os últimos ingressos para o jogo de ida da semifinal da Libertadores.
Porém, uma história curiosa pode ser encontrada na fila, do lado de fora. Dois irmãos vieram da cidade de La Rioja, a 1,3 mil quilômetros de Buenos Aires, para acompanhar o clássico. Tudo certo se eles não torcessem por times diferentes.
— Vai ser um jogo duro, mas tenho muita fé que o River vai ganhar por 2 a 0, com gols de Pratto e Scocco — disse German Aguilar, de 22 anos, obviamente um torcedor millonario — Não será uma revanche. Eles já perderam a oportunidade no ano passado. Agora é outro jogo. A final só se joga uma vez na vida — completou.
Ao seu lado, o irmão mais novo, Nicolas, de 19 anos, estufava o peito orgulhoso. A camisa da seleção argentina às costas, com o 10 de Messi, escondia seu clube do coração dos demais componentes da fila.
— Boca vai ganhar de 2 a 0, com gols de Wanchope (apelido de Ábila) — sentenciou ele que, corajoso, disse que irá comemorar os gols na casa adversária - Não me importo. Apesar da rivalidade, é algo muito bonito. Somos sortudos por estarmos aqui. É histórico — concluiu.
Nicolas deverá ser o único xeneize no estádio nesta terça, se não houver outros infiltrados. Desde 2013, os clássicos em Buenos Aires são realizados sem torcida visitante. Com todos ingressos esgotados, a previsão é de que se chegue à capacidade máxima do estádio, que é de 70 mil pessoas após uma recente reforma.
Porém, todos sabem que este será apenas o primeiro tempo do confronto. A volta será disputada dia 22 de outubro, na Bombonera.
— Não gosto de falar antes dos jogos. Respeito a tradição. Mas penso que vai ser 0 a 0, porque como no Campeonato Argentino, Boca vai se fechar atrás — analisou o jovem Augustín Bethens, de 16 anos, com se fosse um dos jogadores do River que entrará em campo.