A Odebrecht afirmou nesta sexta-feira (13) ter chegado a um acordo com o Corinthians para a renegociação da dívida do clube com a empresa. A ideia encaminhada pelas partes prevê que a construtora deixe o fundo. Assim, a dívida do financiamento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com aval da Caixa Econômica Federal, ficaria a cargo da equipe paulista.
Pelo não pagamento das parcelas deste financiamento, o Corinthians foi notificado pelo banco estatal, que executou a dívida. A instituição não confirma o valor. Segundo o presidente corintiano, Andrés Sanchez, há uma divergência. A Caixa alega serem R$ 520 milhões. Para o clube, são R$ 470 milhões.
"A Odebrecht confirma que assinou um memorando de entendimentos com o Sport Club Corinthians Paulista que define os termos para solucionar as dívidas do projeto Arena junto à Odebrecht Participações e Investimentos, empresa controlada pela Odebrecht S.A. Também foi assinado um termo entre a Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) e o Sport Club Corinthians Paulista, que resulta em quitação mútua entre as partes para a construção da Arena. Os termos destes acordos são protegidos por cláusula de confidencialidade", diz a nota da empreiteira enviada à reportagem.
Atualmente, a Odebrecht passa por recuperação judicial, o que faz com que o acordo dependa de aval do juiz responsável pelo processo. O presidente Andrés Sanchez afirmou em entrevista que o acordo estava pronto e com firma reconhecida. O dirigente levou e mostrou o documento aos jornalistas.
Segundo o próprio presidente disse ao jornal Folha de S.Paulo em agosto, tal acerto inclui o pagamento de R$ 160 milhões à Odebrecht e a transferência de uma dívida do estádio com a Caixa. Questionada, a empreiteira não respondeu sobre o valor e alegou que há contrato de confidencialidade entre as partes.
Um percentual do pagamento dos R$ 160 milhões seria feito com o saldo dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) que o clube ainda dispõe. Restam 1.692 certificados, em um montante que pode chegar a R$ 110 milhões.
A emissão de CIDs foi autorizada pela Prefeitura de São Paulo para ajudar na construção do estádio. O comprador recebe um desconto do fundo que administra o estádio, que pode usar o valor de face do documento (entre R$ 62 mil e R$ 70 mil) para quitar impostos municipais.
A Arena Corinthians é gerida por um fundo com três cotistas: o clube, a Odebrecht (por meio de sua subsidiária de participações e investimentos) e a Arena Itaquera S.A., cujos acionistas são a empreiteira e a BRL Trust, empresa de gestão de fundos.