A conversa de Neymar com o diretor de futebol do Paris Saint-Germain, Leonardo, em sua reapresentação em Paris na segunda-feira (15), terminou com a definição de que o brasileiro participará da pré-temporada do clube na China. Segundo apurou a reportagem do UOL, o dirigente apenas passou instruções ao jogador em um diálogo definido como rápido nos bastidores do clube. Em contrapartida, ouviu que o desejo do atacante em se transferir ao Barcelona segue de pé.
Internamente, Neymar foi definido como "pacífico" na reapresentação ao PSG. O comportamento foi encarado como novidade, visto que o brasileiro havia deixado o clube, em maio, com o discurso de que nem sequer voltaria a Paris após o período de férias. O atraso de uma semana para se reapresentar, com o pedido para ficar de fora da pré-temporada, também eram ameaçadores.
No quadro atual, Neymar aceita jogar pelo PSG nesses jogos de preparação, mas aguarda uma definição de saída até o fim de agosto — quando fecha a janela europeia de transferências. Há dois anos, quando deixou o Barcelona, viveu situação parecida: ele jogou pelo clube a pré-temporada nos Estados Unidos, mas se transferiu ao PSG dias depois. O cenário foi considerado desgastante pelo jogador por conta de pressão nos bastidores.
Neymar também ouviu de Leonardo que será multado por conta do atraso e discutiu as dificuldades em um cenário de venda — o atraso na apresentação ao clube foi um dos pontos levantados como dificultador de um negócio futuro. As informações foram divulgadas pelo jornal francês Le Parisien e confirmadas pela reportagem.
O PSG viajou na segunda-feira (15) para a Alemanha, onde joga dois amistosos. Nesta terça-feira (16), venceu o Dynamo Dresden por 6 a 1 — Mbappé, duas vezes, Julian Draxler, Arthur Zagre, Postolachi e Aouchiche marcaram. No sábado (20), enfrenta o Nuremberg. Neymar apenas estará na viagem programada para a China no dia 23 de julho. Por lá, realiza amistosos e a final da Supercopa da França, em 3 de agosto, diante do Rennes. A definição sobre a participação do brasileiro nos jogos ficará a cargo do treinador Thomas Tuchel.
Foi o alemão quem definiu, com Leonardo, a data de retorno de Neymar. O técnico não aceita as desculpas do jogador de ter combinado a data de retorno com o ex-diretor esportivo, o português Antero Henrique, pelo fato de não ter participado da escolha.
No planejamento feito por Neymar e seu staff, há a preocupação de não irritar o presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi. A proximidade do pai do jogador com o dirigente sempre facilitou o trato privilegiado que o brasileiro teve no clube. Em seu entorno, ainda há a esperança de sensibilizar o mandatário para uma transferência, embora ele já tenha se posicionado de maneira dura contra jogadores não comprometidos com o projeto do clube.
Por isso, o entorno do jogador já sinaliza uma mudança de posição, deixando a entender que Neymar não está mais insatisfeito em ficar no PSG. Sobre o retorno do camisa 10 aos treinamentos do ponto de vista do clube, o PSG não tem posicionamento público. O clube não divulgou bastidores da chegada do brasileiro ou informou sobre o roteiro estabelecido.