O último teste da Seleção Brasileira antes da Copa América foi no amistoso diante de Honduras, no Beira-Rio. Também foi o primeiro jogo depois do corte de Neymar. Sob olhares de pouco mais de 16 mil torcedores, a equipe de Tite aplicou goleada de 7 a 0 em cima do fraco adversário. O público esperado era de cerca de 30 mil pessoas até a lesão do camisa 10. Depois, baixou para 20 mil. Ainda assim, não foi atingido.
Alguns dias depois, a Arena do Grêmio foi palco do jogo entre Venezuela e Peru, pela Copa América. Ainda que o centroavante colorado Paolo Guerrero estivesse em campo, pouco mais de 13 mil pessoas foram ao primeiro jogo da competição na Capital.
No amistoso do Beira-Rio, o preço dos ingressos variaram entre R$ 80 e R$ 450. Já no jogo entre Peru e Venezuela, os preços variaram entre R$ 30 (para estudantes) e R$ 350. Para o comentarista Diogo Olivier, a questão financeira pesou para a baixa procura dos torcedores nestes dois jogos.
— No caso da Seleção, a ausência de Neymar e a péssima divulgação atrapalhou, além do adversário de quinta categoria. Brasileiro já não gosta de amistoso, mas amistoso contra Honduras é duro. Isso sem falar na pouca identificação da torcida com os convocados, pois a maioria saiu cedo dos clubes brasileiros. Quanto à Peru e Venezuela, a qualidade do jogo pesou muito. Inter e Grêmio jogam mais do que essas duas seleções. Por fim, some a esse cenário todo os valores de ingressos nada doces e e temos a fórmula para afugentar público. Em jogos sem grife, o preço tem de ser atrativo — avaliou o comentarista
Para efeitos de comparação, em jogos do Grêmio no ano, foram registrados 307.326 pagantes em 15 partidas, com uma média de 20.488 por jogo. Já no Beira-Rio, nos jogos do Inter em 2019, compareceram 390.254 torcedores em 17 jogos, e a média foi de 22.956 pagantes por jogo. Na opinião do narrador da Rádio Gaúcha Gustavo Manhago, o motivo disso é a paixão dos gaúchos pelos clubes.
— O torcedor gaúcho gosta, ama, tem paixão por Grêmio e Inter. É o que interessa. A Seleção não tem por aqui, o mesmo carinho que tem em outras regiões do país, como o nordeste. O torcedor gaúcho não muda uma rotina que já tem previamente definida para ver a Seleção jogar por aqui. Mas, certamente, o faz por Grêmio ou Inter. E a segunda coisa é o valor dos ingressos. As duas coisas juntas contribuíram para um público pequeno — concluiu.