Ex-advogado da mulher que acusa Neymar de estupro, José Edgard Bueno Filho negou que tenha tentado extorquir os representantes do jogador em reunião realizada antes da denúncia à Polícia Civil do caso. Bueno afirmou ao site UOL que o fato de o pai de Neymar ter citado o encontro mostra que o estafe do jogador pode ter usado a reunião como uma "armadilha" contra a moça.
De acordo com José Edgard Bueno Filho, o encontro entre advogados das duas partes é algo corriqueiro e não poderia ter sido exposto na mídia:
"É absurdo uma reunião entre advogados ser referida como tentativa de extorsão, ainda mais quando essa reunião só se realizou dado a convite feito pelos representantes de Neymar Jr. Isso só demonstra que os representantes do jogador, sabendo dos fatos, orquestraram uma verdadeira armadilha com objetivo de criar um álibi para o seu protegido em prejuízo à vítima", disse o advogado, em nota.
Bueno Filho deixou a defesa da mulher no último sábado, após ela fazer a denúncia de estupro. Segundo o jurista, quando foi procurado, a moça apenas informou que Neymar havia batido nela, mas não mencionou a violência sexual. O advogado ainda afirmou que era contra a divulgação do caso à imprensa.
Em entrevista à TV Globo, o advogado relatou que a mulher queria divulgar o caso à imprensa, e ele foi contra. No texto em que é confirmada a rescisão de contrato entre o escritório e a cliente, está descrito que, "por raiva ou vingança", ela registrou no boletim de ocorrência fatos "em desacordo com a realidade".
"No dia 31 de maio de 2019, a senhora registrou um B.O. no qual capitulou o fato como estupro, alegação totalmente dissociada dos fatos descritos por você aos nossos sócios, já que sempre declarou que a união teria sido consensual, mas durante o ato, houve uma agressão", diz trecho do documento.
Em nota enviada à emissora carioca, o advogado Gustavo Xisto, que defende Neymar, afirmou:
"Como já revelado pelo sr. Neymar mais cedo na imprensa, de fato foi realizada uma reunião no dia 29 passado, em sua residência na cidade de São Paulo, em que estiveram presentes dois dos seus advogados, uma outra testemunha e o advogado que representava os interesses da suposta vítima. Na oportunidade, foi solicitada uma compensação financeira ("cala boca") para que a suposta vítima não relatasse as alegadas agressões às autoridades policiais. Na oportunidade, não foi apresentado nenhum laudo médico, tampouco vídeo, apenas fotografias.
Na data de hoje, a defesa teve acesso ao Procedimento Investigatório, analisando as declarações e documentos apresentados. Diante do sigilo, não podemos nos pronunciar sobre os seus elementos e conteúdo. A defesa já se prontificou a colaborar com as investigações, inclusive para que as declarações do atleta Neymar Jr. sejam prestadas oportunamente e as provas, apresentadas".