A Seleção Brasileira terá, contra a República Tcheca, uma escalação muito alterada em relação ao time que empatou com o Panamá no último sábado (23). O técnico Tite, porém, faz questão de alertar que as mudanças já estavam encaminhadas antes mesmo da má atuação diante dos panamenhos em Portugal.
— Contra o Panamá, jogamos mal e empatamos. O objetivo do técnico é jogar bem e vencer. Que fique claro, as mudanças foram encaminhadas antecipadamente ao que foi visto em Portugal. A linha de quatro defensores e mais o Alisson estava montada. No ataque, vamos repetir para dar continuidade. Ali, o processo é mais difícil de acontecer. Tem que haver improviso e, ao mesmo tempo, entrosar os movimentos. A oportunidade para o Allan surge no momento em que há está possibilidade e ele, com características diferentes, precisa disso — explicou o treinador.
Além das mudanças, Tite foi questionado sobre Philippe Coutinho, que não atravessa boa fase, mas permanece como titular da equipe — como permaneceu Gabriel Jesus durante a última Copa do Mundo, algo que o técnico admitiu ter sido um equívoco. O treinador não faz a comparação, mas admite riscos com a manutenção de sua convicção:
— As críticas são elementos naturais. Eu corro todos os riscos. A decisão está calcada num trabalho desenvolvido e de ideias já antecipadas. Isso é inevitável ao cargo. Com o Coutinho, a coerência é dar o trabalho para ele, montar novamente a equipe, entrosar com o Paquetá e o Casemiro e dar tempo. O fundamental é a repetição. O jogo te fala. A gente está sujeito ao sucesso e ao insucesso.
Antes da entrevista de Tite, o volante e capitão Casemiro justificou as atuações fracas por dificuldades naturais de uma renovação de elenco e fez elogios ao técnico, dizendo que, sob o comando dele, a Seleção "encantou" nas Eliminatórias e que há controle absoluto na atual situação. O treinador não encarou a declaração como forma de dizer que, a partir de agora, a equipe vá jogar com o objetivo de defender quem a orienta:
— Os atletas não jogam pelo treinador. Isso é um clichê. É falso. Os atletas jogam pela Seleção Brasileira. Eles jogam pelo Brasil. Não se joga por técnico ou por moral. Se tem orgulho e prazer em atuar. Também acontece, e não é egoísmo, de pessoa trabalhar por si irradiar os benefícios para os outros.
O adversário desta terça-feira (26) está na posição 45 do ranking da Fifa e vem de uma derrota por 5 a 0 para a Inglaterra, em Londres, pelas Eliminatórias da Eurocopa. Sem prever facilidades, Tite diz que este retrospeto tem valor apenas relativo para seu time.
— Não levamos como fundamental o resultado anterior dos adversários, mas o contextualizamos. Estamos atentos ao lado coletivo deles, às individualidades e as jogadas de bola aérea — observou.
Esta jogada aérea referida por Tite tem em Sylvinho, seu assistente técnico, alguém muito preocupado. Segundo ele, há preocupação pela qualidade dos tchecos e o amistoso servirá como um "excelente teste" para a zaga, que terá como titulares Marquinhos e Thiago Silva.