O século 21 ainda é jovem, mas o ritmo das transformações tecnológicas em nosso dia a dia é frenético, irrefreável e parece nunca ser suficiente. A ciência do esporte e da comunicação não cansa de superar suas próprias barreiras e sempre há algo novo pela frente.
Preparei uma lista de cinco coisas que vão transformar a área do esporte e da comunicação em 2019 e que podem revolucionar para sempre o jeito que se consome o esporte no mundo. Ano que vem, veremos o que realmente veio para ficar e o que foi apenas uma birra do jovem século que vivemos.
1) ESTÁDIOS INTELIGENTES
Os clubes tendem a automatizar seus processos de relação com os sócios. Crescerá o uso de chatbots para o contato diário e dentro dos estádios. Ferramentas como a chamada "Internet das Coisas" converterão os espaços em entornos digitais que devem substituir dispositivos físicos. A tendência é global.
Pagamento virtual com smartphones, bilheterias na nuvem, reconhecimento facial, aplicativos para pagamento de estacionamento, comidas, bebidas e souvenirs. Estádios como a Allianz Arena, em Munique, ou o San Carlos de Apoquindo, da Universidad Católica, do Chile, já estão imersos nessa realidade.
Para os esportes em ginásio coberto, a grande novidade é o sistema Kinexon, que transforma uma quadra praticamente em uma arena de videogame, passando aos espectadores, no lugar e pela televisão, dados e gráficos em tempo real. É uma revolução na análise de desempenho e nas transmissões esportivas. Abaixo, a final da Liga dos Campeões de Handebol, transmitida em uma quadra "viva" da Kinexon e sua transmissão.
2) FACEBOOK E YOUTUBE RESPIRAM
Contra todos os prognósticos, as redes sociais mais famosas do mundo encontraram nos clubes e nas ligas de futebol sócios robustos e sólidos. O Facebook se transformou na tela aliada para competições como a Copa Libertadores e a Liga dos Campeões. A empresa de Mark Zuckerberg já possui 150 acordos esportivos a nível global e é o novo "de graça" da transmissão esportiva.
Já a rede de vídeos do Google construiu boas relações para os canais oficiais dos clubes e ligas, permitindo criação de receita para as marcas e acesso aos sócios e fãs, seja de forma gratuita ou paga. Assim como o Facebook, também entrou na grade como opção de transmissão de forma definitiva.
3) OTT É REALIDADE
As plataformas "Over the Top" (OTT) seguem aparecendo como ofertas claras para o consumo de transmissões ao vivo. Gigantes como Amazon, ESPN, Bleacher Report, DAZN e outras devem pisar forte em muitos países ao longo de 2019. E muitos campeonatos que você se acostumou a assistir pela TV agora serão exibidos por outra plataforma.
É o caso da Fanatiz, uma OTT que tem os direitos de ligas sul-americanas nos Estados Unidos. Por apenas US$ 10 por mês, você tem acesso a todos os jogos de campeonatos da Argentina, Colômbia, Chile, entre outros. A tendência é que essas plataformas tirem assinantes dos tradicionais canais de TV a cabo. Nos Estados Unidos, isso já aconteceu em 2018, com a diminuição de 100 milhões de clientes no mercado da TV por assinatura.
4) SEGUNDA TELA FORTÍSSIMA
As experiências de imersão no consumo esportivo só aumentam. A Intel fez várias produções de realidade virtual na Olimpíada de Inverno da Coreia do Sul e em jogos da NBA. Em vários estádios do mundo inteiro, a realidade virtual já faz parte do cardápio de entretenimento para os fãs e torcedores. Vários aplicativos exclusivos de clubes já permitem muitas experiências durante as partidas, in loco ou em casa.
Um exemplo de sucesso de segunda tela é o que faz o Barcelona, que abre uma supertransmissão (em inglês, para ser universal) com detalhes e imagens exclusivas do pré-jogo, durante a partida e no pós. Com média de 100 mil espectadores por jogo ao redor do planeta, essa é uma tendência que deve contagiar todos os clubes que podem oferecer algo assim.
5) ATLETAS x CLUBES E MEIOS
A influência dos atletas nas redes sociais já é superior à que possuem os meios tradicionais e os próprios clubes e ligas onde jogam. A realidade agora é dos nomes mais famosos criarem seus próprios canais de conteúdos exclusivos e monetizar com a audiência, deixando seus clubes e ligas de fora deste ganho. O que, claro, logo deve criar problemas de relacionamento entre as partes.
O exemplo mais famoso foi a plataforma OTRO, que reúne figuras como Neymar, Beckham, Zidane, Messi, Cantona, Suárez, entre outros. Idealizada pelo zagueiro Piqué, do Barcelona, a OTRO é um espaço onde se paga uma mensalidade para ter acesso a vídeos originais e exclusivos, que vão desde dicas de preparação a entrevistas.