Cria da base do Grêmio, o atacante Leandro encaminha-se para sua terceira temporada no futebol japonês. Seu clube, o Kashima Antlers, garantiu vaga no Mundial de Clubes — competição na qual foi vice-campeão em 2016 — ao conquistar a Liga dos Campeões da Ásia.
Apesar de ter passado por duas cirurgias no joelho ao longo da temporada, o brasileiro garante estar recuperado e, assim, embarcará para os Emirados Árabes para a competição que começa no dia 12 de dezembro.
Em conversa com a reportagem de GaúchaZH, o jogador falou sobre o futebol japonês, elogiou Zico e mostrou gratidão por Renato Portaluppi, treinador que o lançou em 2011.
Como foi a temporada no Japão?
Graças a Deus está tudo certo. Eu operei os dois joelhos nesta temporada. Inclusive, foi com o Dr. Márcio Bolzoni, que era médico do Grêmio e saiu há pouco. Mas já estou bem. Voltei agora, fiz meu terceiro jogo e estou voltando aos poucos. Mas, em relação à lesão, estou bem.
Como está a situação do clube?
O Campeonato Japonês acabou juntamente com o Brasileirão. Nós ficamos em terceiro. Amanhã tem a semifinal da Copa do Imperador, que estamos disputando. Mas não devo ser titular ainda.
E como é o nível do futebol japonês?
Os japoneses tem uma qualidade muito boa. O que falta é ter mais personalidade, é ter uma mentalidade melhor. Eles se deixam abalar muito fácil. Quando tentam uma jogada ou fazem alguma coisa que não dá certo, já ficam abalados. Mas o futebol japonês em geral é muito disputado. Claro que não chega a ser como o Brasileirão, mas é bem disputado. Não é fácil. Muitas pessoas acham que é fácil, mas não é.
O Zico é o diretor de futebol do Kashima Antlers. Como é sua relação com ele?
A minha relação com ele é super tranquila. Ele é um cara que gosta de conversar bastante com a gente. Desde que ele chegou, o time só melhorou. Fomos campeões da Champions League, melhoramos no Campeonato Japonês. Nosso time só ganhou com a vinda dele.
Agora no dia 15, vocês estreiam no Mundial. Você tem acompanhado a confusão da final da Libertadores entre River e Boca?
Eu vi por alto. Só vi que foi cancelado o segundo jogo.
E isso repercutiu no Japão?
Não muito. A imprensa aqui não é tão forte no futebol como no Brasil e na Europa. Eles não dão tanta importância pro futebol.
Mas o Mundial é uma competição importante para os japoneses?
Sim, sem dúvidas. Eles valorizam bastante.
Você tem acompanhado o futebol brasileiro?
Não vou mentir, não acompanho muito. Mas, nos jogos decisivos, procuro ver os lances, nem que seja os gols. Tenho um carinho muito grande pelo Grêmio e pelo Palmeiras. O Grêmio foi o clube que me revelou, e o Palmeiras é o meu clube do coração. Então, vou levar estes dois clubes eternamente na minha vida.
Você tem mais dois anos de contrato com o Kashima. Ainda sonha em jogar na Europa?
O sonho a gente sempre tem. Se eu falar que não sonho, vou estar mentindo. Mas por enquanto, quero cumprir meu contrato. Se possível, quero permanecer e renovar.
O Renato foi o treinador que te lançou como profissional em 2011. Como você vê o sucesso recente dele no Grêmio?
Fico muito feliz. Torço muito por ele e pelo Grêmio. Ele foi o cara que confiou em mim, que apostou e me colocou pra jogar. Ele me deu a oportunidade de poder realizar meu sonho, que era ser jogador de futebol profissional. Então, não tenho o que falar do Renato. Só tenho a agradecer e dizer que torço muito por ele. Por onde ele passar, vou estar sempre torcendo por ele.
Pensa em voltar para o Grêmio?
Sem dúvidas, se Deus permitir. Se eu tiver a oportunidade, vou voltar, sem dúvidas.