Os gremistas encerram 2018 com a sensação de frustração. Os últimos dois anos foram embalados por atuações heroicas, vitórias decisivas e títulos importantes. É inegável que, depois de duas temporadas coroadas com as conquistas da Copa do Brasil e da Copa Libertadores da América, que reafirmaram que somos um dos maiores clubes brasileiros, acreditávamos que neste ano venceríamos novamente um campeonato de expressão. O charmoso Gauchão e a Recopa Sul-Americana não têm a mesma relevância.
Comandada pelo competentíssimo Romildo Bolzan Júnior, a direção tricolor garantiu a permanência de Renato Portaluppi — melhor técnico em atividade no Brasil —, depois de um momento de inquietação provocado pelos rumores de uma possível saída do treinador (situação que começa a se repetir). Essa mesma direção vendeu Arthur em uma das maiores transferências da história do Barcelona, mas segurou Luan, eleito o melhor jogador da América, e os selecionáveis Everton Cebolinha, Geromel e Kannemann.
A direção manteve a base, reforçou o grupo com André e Marinho, nomes de peso que acabaram não correspondendo, e acertou ao negociar com o Cruzeiro a ida do Edilson pela vinda de Alisson e Thonny Anderson. Com a nova formação do time, os torcedores gremistas eram capazes de aceitar qualquer aposta: seremos campeões!
Todavia, o futebol é decidido dentro das quatro linhas. E, no campo, sucumbimos ao nosso próprio planejamento: não priorizamos e perdemos pontos fundamentais no Brasileirão; escalamos o Bressan para um jogo decisivo contra os argentinos. Tão questionado por falhas que comprometeram outros campeonatos, o zagueiro, que havia segurado as pontas na partida final da Libertadores contra o Lanús, em 2017, teve uma das suas piores atuações.
A sorte nem sempre acompanha a falta de qualidade. Mesmo com a interferência direta da arbitragem no resultado da partida, a maior parcela de culpa é nossa. Precisamos reconhecer para que essa ferida comece a cicatrizar.
Mas águas passadas não movem moinhos. Agora é momento de planejar, renovar contratos, buscar atletas nas categorias de base, encontrar zagueiros e o sonhado centroavante matador. Ainda que estejamos machucados com a zaga que falhou, a bola que não entrou ou o VAR que nos prejudicou, seguiremos em frente. A única certeza que temos é de que estaremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver.