A Seleção Brasileira entra em campo sexta-feira, 15h (de Brasília), contra a Arábia Saudita, em Riad. É o primeiro de dois amistosos que a equipe fará em outubro. Na terça, o adversário será a tradicional rival Argentina.
Em entrevista coletiva nesta quinta, Tite falou sobre o amistoso contra os árabes. Para o treinador, o rival tem qualidade no passe, o que pode dificultar para a Seleção.
— Traz níveis de exigência, Arábia Saudita é um time móvel, de qualidade de passe, não é uma equipe estática, pragmática, isso gera grau de dificuldade maior. Ela rompe linhas, ataca espaço, não é uma equipe pesada. É uma característica diferente, à qual teremos de nos adaptar. Ela me dá oportunidades de conhecer atletas diferentes, com estruturas táticas às vezes diferentes — declarou Tite.
— Eu sou um cara sonhador. Eu gosto de convencer para vencer. É jogar bem. Senão fica uma coisa irrisória, o resultado pelo resultado. Nós temos que ganhar, mas a Arábia Saudita também quer ganhar. Eu me atenho a um grande trabalho individual e coletivo. É um pouquinho poético, mas é como eu vejo futebol — completou.
Auxiliar de Tite, Cleber Xavier também participou da coletiva de imprensa. Ele traçou um panorama do confronto contra a Arábia Saudita.
— Arábia tem treinador com grande trabalho no Chile, agora um trabalho novo, equipe joga no 4-1-4-1 bem definido, tem transições rápidas, joga futebol, procura ter jogo apoiado e apostar na qualidade dos atletas. Principalmente jogadores de meio e de frente. Primeiro volante tem jogo qualificado, é uma equipe que fez amistosos interessantes contra a Itália, contra a Alemanha. E também na Copa uma situação equilibrada. Temos o maior respeito pela equipe da Arábia, o treinamento foi em cima da estratégia do adversário para podermos produzir e vencer.
Para o duelo, Tite chamou novamente Gabriel Jesus, que ficou fora dos dois primeiros amistosos (Estados Unidos e El Salvador) da Seleção após a Copa do Mundo. O atacante do Manchester City havia sido criticado por não ter feito gols nas cinco partidas que disputou na competição.
— Gabriel Jesus tem característica dos diferentes. Há um livro do Michael Jordan "Nunca Deixe de Tentar". Ninguém permanece em alto nível o tempo todo, mas ele tem na participação, no nível de concentração, é questão de tempo e tranquilidade para ele retomar melhor desempenho — afirmou.
Tite falou também sobre ter novamente Renato Augusto na armação. O treinador enumerou outros jogadores que podem fazer essa função na Seleção.
— Alguns jogadores têm essa característica. Renato, Arthur, Paquetá pode ser, Fred vamos ver se dá. Para ter essa posição e função de dar regulagem à equipe. Em alguns momentos houve na Copa, mas alternou. Renato Augusto agora retomando essa condição. Coutinho veio pra dentro bem, é momento da gente observar, passar orientação e ver a resposta em campo — completou.
Por fim, Tite lamentou não ter mais tempo com os jogadores na Seleção Brasileira para passar a sua filosofia de trabalho.
— É muito difícil ter sentido de organização em pouco tempo. O técnico tenta manter uma estrutura base, e dar oportunidade aos atletas, não experimentar. Atletas de alto nível a gente oportuniza. Mantém uma estrutura e oportuniza para que possam desenvolver melhor. Conjunto pode dar suporte pra Pablo, Ederson, Fabinho produzirem bem. Temos que olhar o individual e o todo. É meu grande problema como técnico da Seleção, essa inquietude de não poder trabalhar muito tempo — explicou.