Seguidamente apontado como futuro titular da Seleção Brasileira, o volante Arthur não deve começar a partida contra os Estados Unidos na retomada de jogos do time de Tite após a Copa do Mundo. Os treinamentos já mostraram que existe uma disputa entre o ex-gremista e o ex-colorado Fred, agora no Manchester United. Até agora, Fred leva vantagem — começou o treinamento de quarta-feira (5) e estava no grupo selecionado pelo treinador para atividades específicas.
Arthur não se mostra preocupado com isso. Muito seguro, ele compareceu à entrevista coletiva junto com o zagueiro Marquinhos e foi claro ao admitir que não há uma "briga" pela posição.
— Briga por titularidade é algo normal no futebol, mas não existe uma briga propriamente dita entre mim e o Fred por uma posição. Podemos até jogar juntos, mas independentemente de quem esteja disputando, o importante é haver uma concorrência sadia e com lealdade, que isto é bom para todos — disse.
O momento de Arthur é excelente. Os elogios na Seleção acontecem pelo futebol e pela maturidade. No Barcelona, eles chegam da maior estrela. Messi, há alguns dias, comparou o brasileiro ao ex-companheiro Xavi, que foi um dos melhores meio-campistas da história do clube.
— Nossa Senhora! Fico muito feliz em vir um elogio destes do Messi, que é um cara excepcional. Me faltam palavras para expressar o tanto que ele representa para o futebol. Com certeza é muita responsabilidade vestir camisetas como a do Barcelona ou da Seleção Brasileira. Agora é levantar a cabeça, fazer o que eu faço desde o começo e provar dentro de campo — destacou.
O consenso sobre seu nome na Seleção Brasileira vem de antes da Copa do Mundo. O próprio Arthur desvia o assunto, preferindo valorizar o fato de estar fazendo parte de um novo projeto, ainda que com os mesmos comandantes:
— É essencial. Acho muito importante começar um novo trabalho desde o início, com um novo planejamento. No ano passado, peguei o trabalho em andamento. Prefiro deixar para trás e agora estou focado no presente e em pensar no futuro. Estou na Seleção, é um ciclo novo e preciso me afirmar, mostrando dentro do campo para dar continuidade. O pensamento tem que ser de consolidar a equipe.
Arthur pontua muito bem os técnicos que estão marcados nesta breve e já marcante carreira, esperando absorver um pouco de cada um deles. Sobre Renato Portaluppi, fala com uma ponta maior de afetividade:
— Tive e estou tendo muita sorte de trabalhar com grandes técnicos. O Felipão foi quem me subiu para o profissional, e por isto sou muito grato. Depois, com o Renato, tive mais oportunidades, amadureci meu futebol com dicas dele. Até brinco, chamando-o de "Painato". Ele é muito especial para mim. O (Ernesto) Valverde, estou conhecendo agora, mas já o respeito por tudo o que já fez e pelo que o vejo fazer. É atencioso e detalhista. Já aqui na Seleção, o Tite foi quem me deu a primeira oportunidade. Todos sempre me falavam bem dele, mas quando o conheci pessoalmente, vi como trabalha no no campo e no vestiário, constatei que é um cara incrível. Merece todos os títulos que já conquistou pela capacidade e pelo caráter que ele tem. Sou realmente um cara de muita sorte de trabalhar com estes grandes profissionais.
Respeitando totalmente as decisões do treinador, Arthur acha normal o time brasileiro começar o primeiro amistoso pós-Copa com 10 remanescentes do grupo eliminado pela Bélgica.
— É totalmente normal. O Tite já tem um trabalho formado com eles e há uma adaptação maior ao esquema. A gente que está chegando agora tem que observar bastante e aprender — finalizou.