Mesut Ozil anunciou neste domingo (22) sua aposentadoria da seleção da Alemanha. Segundo o meia do Arsenal, a motivação de sua decisão foi por conta do "racismo" nas críticas que recebeu após foto ao lado do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
"Com muita dor, e depois de muitas considerações sobre o que aconteceu, não seguirei jogando pela seleção alemã enquanto existir esse sentimento de racismo e falta de respeito", declarou Ozil em longo comunicado publicado em sua conta oficial no Twitter.
O campeão mundial de 2014 rompeu o silêncio após estar no centro da polêmica durante a Copa do Mundo, por conta da foto ao lado do chefe de estado turco, em plena campanha eleitoral para sua reeleição. O meia Ilkay Gundogan, também de origem turca, também estava na imagem.
Os dois jogadores foram muito criticados, especialmente após a eliminação da Alemanha na fase de grupos. Os atletas foram acusados de falta de lealdade. Ainda no comunicado, Ozil afirmou se considerar perseguido e discriminado pela Federação Alemã de Futebol (DFB) devido à sua ascendência turca e, principalmente, por expressar suas opiniões favoráveis à imigração e ao multiculturalismo na sociedade alemã.
"Como muita gente, minhas raízes vão além de um país. Cresci na Alemanha, mas minha história familiar tem suas raízes solidamente enraizadas na Turquia. Tenho dois corações, um alemão e outro turco", indicou o meia em seu comunicado.
"Sou consciente que a foto provocou grandes reações na imprensa alemã. Apesar de algumas pessoas me acusarem de mentir e ser desonesto, a foto não tinha nenhuma intenção política", analisou o jogador de 29 anos.
"Não tem a ver com política ou eleições, mas com o respeito à mais alta função do país de meus pais. Meu trabalho é jogador de futebol, não político, e nosso encontro não era nenhuma aprovação de uma política ou outra", acrescentou.
"Pouco importa o resultado desta eleição ou da anterior. De todas as formas eu teria feito a foto", indicou.