O ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell continua em situação delicada na Espanha. Nesta sexta-feira, a juíza que analisa seu caso determinou que o dirigente, sua esposa e mais quatro investigados vão a julgamento, e Rosell tem 24 horas para pagar fiança de 78,6 milhões de euros (R$ 341 milhões). O ex-presidente do clube espanhol é acusado de lavagem de quase 20 milhões de euros (R$86,7 milhões) obtidos pela CBF, em negociação de direitos de transmissão de amistosos e em contrato com a Nike.
Na última quarta-feira, Rosell foi acusado pelo Tribunal Nacional espanhol com uma sentença de 11 anos de prisão por lavagem de dinheiro e organização criminosa, além de uma multa de 59 milhões de euros (R$ 256 milhões) por esses atos.
Rosell é acusado de lavar quase 20 milhões de euros (R$ 86,7 milhões) em subornos obtidos pelo ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, entre 1989 e 2012. Sendo, aproximadamente, 15 milhões de euros (R$ 65 milhões) em comissões ilegais cobradas pelos direitos de transmissão de 24 amistosos da equipe brasileira e outros cinco milhões vindo de um contrato de patrocínio com a Nike.
Desse montante, Rossel e sua esposa ficaram com 6,5 milhões de euros (28,2 milhões) dos amistosos, além da colaboração na ocultação dos 5 milhões de euros (R$ 21,6 milhões) que recebeu para o contrato de Teixeira com a Nike.
— Pelo menos desde 2006, Rosell formou uma estrutura estável, reforçada por laços de amizade e parentesco, dedicada à lavagem de capitais em grande escala. As suas relações pessoas e profissionais, a criação e utilização de nomes de empresas, puramente instrumental, sem infra-estrutura e com sede em paraísos fiscais. Tudo isso para permitir que outras pessoas realizem determinadas operações cuja finalidade era a incorporação no tráfego legal dos benefícios obtidos em atividades criminalmente relevantes - escreveu a juíza.
A Operação Rimet (como está sendo nomeada esse processo) concordou em manter Rosell na prisão (desde maio de 2017). Ele vai ser transferido para uma penitenciária catalã.
A esposa de Rosell, Marta Pineda, sentenciada com 7 anos de prisão, também tem 24 horas para pagar uma fiança de 66,6 milhões de euros (R$ 289 milhões). O advogado Joan Besolí ficou com uma fiança de 73,3 milhões de euros (R$ 318 milhões) com o mesmo prazo para depósito.
Além do advogado, Rosell e sua esposa, outros três homens são investigados. Shahe Ohanneissian, libanês e amigo de Rosell (sete anos de prisão, multa de R$ 173,5 milhões), Pedro Andrés Ramos e Josep Colomer (oito anos e seis anos de prisão, respectivamente).