Obviamente, o momento gremista é de extrema empolgação, como já era em 2017, pelo futebol mágico que o time vem jogando. Líder do seu grupo na Libertadores, após o passeio sobre o Cerro, na noite desta quarta, o Grêmio faz por merecer todos os elogios e reconhecimentos, como já o fazia por merecer em 2017. Aliás, no ano passado, o time também jogava o melhor futebol do país, e só perdeu o Mundial Interclubes porque enfrentou o melhor time do mundo, o Real Madrid.
Mas, mesmo com toda a empolgação, felicidade, euforia e seja lá quais forem os outros adjetivos para o momento, é hora de ter calma na tal avaliação: "é este o maior Grêmio da história?". Obviamente, pelos títulos e pelo futebol, estamos diante de um dos quatro maiores times da nossa história.
Lembremos: temos o Grêmio do período 1981-1983 (campeão brasileiro, da Libertadores e do Mundial de Clubes), o do período 1994- 1997 (campeão da Copa do Brasil, do Gauchão, da Libertadores, vice do mundo para a máquina do Ajax, da Recopa, campeão brasileiro e novamente campeão da Copa do Brasil) e o de 2001 (que venceu a Gauchão e a Copa do Brasil, jogando um futebol brilhante, e revelando para o país um dos maiores técnicos de nossa história, Tite). Pois bem, esse time de Renato faturou a Copa do Brasil, a Libertadores, a Recopa e o Gauchão, este último após longo jejum. Mas, daí a afirmar que é o maior time da história, vai um caminho ainda um pouco distante, eu acredito.
Primeiro, é importante lembrar que apenas um desses times nos deu o maior título que qualquer clube de futebol pode sonhar: o Mundial Interclubes, em 1983, com Renato, justamente ele, destruindo na final, no Japão. Ah, você pode argumentar: "ahhh, mas aquele time ganhou do Hamburgo, bla bla, um time médio da Europa". Ok, eu te respondo: em 1983, o Hamburgo ganhou a Liga dos Campeões "apenas" da Juventus, que tinha "apenas" Michel Platini em seu time, um dos maiores jogadores da história do futebol, além de Dino Zoff e Paolo Rossi, estava invicto na competição e ainda era base da Itália campeã do Mundo no ano anterior, na Copa da Espanha.
Para finalizar, mesmo empolgado com esse time maravilhoso que Renato montou, que joga bem fora de casa e em casa, eu sigo com o pé no chão. Em 2018, ganhamos o Gauchão e a Recopa, mas nos falta um título de estofo, que acho que virá. Depois dele, pensamos em qual patamar está esse time, que passará para o panteão dos gremistas, certamente. Porém, para passar o de 1983, na minha opinião, só sendo campeão do Mundial Interclubes novamente. Não podemos comparar grandezas desiguais. Uma coisa é ganhar do Peñarol, do Lanús ou do Cerro. Outra, é chegar na final do Mundial Interclubes e ganhar do campeão europeu. Seja lá ele quem for.