Rodrigo Caetano não esperava ter o trabalho interrompido no departamento de futebol do Flamengo. Demitido na última quinta-feira, após a queda na semifinal do Carioca, o dirigente foi um dos seis profissionais que saíram do clube e lamentou as diversas alterações no departamento de futebol.
Em entrevista ao "Seleção Sportv" nesta quarta-feira (04), Rodrigo Caetano falou sobre sua saída do clube da Gávea. Afirmou que vê o Flamengo no caminho certo. Por isso não concorda com a reformulação imposta pela diretoria.
— É claro que eu lamento. Era algo que eu não imaginava, até porque o meu contrato se encerraria no final de 2018. Uma das coisas que não me agrada como forma de análise é falar de reformulação, porque reformulação é quando você realmente está no caminho completamente contrário ao que foi planejado. Poderiam haver ajustes mas uma mudança assim radical… bom, é uma decisão da diretora, a gente tem que acatar. Mas acho que o Flamengo está no caminho certo mesmo - afirmou Caetano.
Agora de fora, Caetano voltou a afirmar que o Flamengo está perto de conquistar títulos de expressão. Em 2016, como diretor de futebol, ele havia dado declaração parecida, mas as conquistas não vieram. Durante sua passagem pelo clube, o time conquistou o Campeonato Carioca, em 2017, e chegou às finais da Copa do Brasil e Sul-Americana.
— Eu acho que o grande título está bastante próximo. Independentemente da minha saída. Não é por conta disso que vou ficar imaginando que o Flamengo não está no caminho, pelo contrário. A diretoria desde lá de trás, quando assumiu o presidente Bandeira, vem pavimentando este caminho. Eu acho que 2017 já deu esses sinais. O Flamengo disputou tudo em condições de título. Certamente se o Flamengo tivesse vencido ou a Copa do Brasil ou a Sul-Americana ou os dois, estaríamos falando aqui, talvez, do maior ano ou um dos maiores anos do Flamengo.
O Flamengo apresentou Carlos Noval como novo diretor de futebol na segunda-feira. De acordo com o presidente Eduardo Bandeira de Mello e o próprio dirigente, que trabalhava desde 2010 nas categorias de base, será dada sequência ao trabalho desenvolvido por Rodrigo Caetano, sem mudança de modelo de gestão ou filosofia.
Uma das críticas mais fortes da torcida rubro-negra neste e nos últimos anos é quanto ao comprometimento e entrega do time em campo. Até por isso, o discurso de Ricardo Lomba, após a derrota para o Botafogo, repercutiu tão positivamente entre os torcedores. O VP de futebol, que avaliou a desclassificação como "vergonhosa", afirmou que o Flamengo não poderia perder "correndo menos que o adversário" e prometeu mudanças. No dia seguinte, vieram as demissões de Caetano, Carpegiani e demais profissionais.
Para Rodrigo Caetano, que tinha bom relacionamento e trabalhava diretamente com os jogadores, não há qualquer tipo de falta de comprometimento do atual elenco.
— Você acha mesmo que se não tivesse alma, não tivesse espírito, teria chegado às finais que chegou ano passado? Quem trabalha no Flamengo, por si só, sabe e tem uma responsabilidade muito grande. Eu sei o quanto que quando você tá num clube desse, é para você vencer. O que não pode, na minha opinião, é por conta de você ser segundo, parecer que é fracasso e aí rotular a equipe que sempre deu o máximo que pode por conta de um insucesso esportivo.