Stephen Hawking morreu nesta quarta-feira deixando um legado imensurável para a ciência. Um dos físicos mais conhecidos do mundo, Hawking desenvolveu teorias acerca da gravidade e da origem do universo. O cientista também teve uma ligação interessante com o esporte: criou teorias para a execução de um pênalti perfeito, desenvolveu fórmulas para a Inglaterra ter sucesso na Copa do Mundo, teve na prática do esporte uma saída para seu isolamento no início de sua carreira acadêmica, discursou na abertura das Paralimpíadas de Londres e ainda cornetou Luis Suarez.
Stephen Hawking também desenvolveu suas teorias no futebol. Uma delas, a Teoria do Pênalti Perfeito. Através de estudos e análises, baseado em todas as disputas por penalidades, desde que o pênalti foi introduzido na Copa do Mundo de 1978, o cientista desenvolveu um método ideal para a cobrança de pênalti.
O primeiro ponto que Hawking destaca é a velocidade. A corrida para a bola é fundamental para a conclusão da penalidade. De acordo com Hawking, o jogador tem 87% de chances de converter a penalidade, caso corra mais de três passos.
O segundo ponto é o posicionamento dos pés. A recomendação feita pelo cientista é de que se chute com a parte lateral do pé e não com o peito do pé. Ao chutar com a parte lateral do pé, as chances do pênalti ser convertido aumentam em 10%.
Por último, o lugar do gol a ser batido. O estudo aponta os pênaltis chutados nos cantos superiores, independente do lado esquerdo ou direito, foram eficazes em 84% das vezes:
- As estatísticas confirmam o óbvio. Chute no canto superior esquerdo ou direito – afirmou
O pênalti perfeito? Corra mais de três passos, bata na bola com a parte lateral do pé e chute no canto superior do goleiro. Assim ensinou um dos maiores professores da história da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Discurso na abertura das Paraolimípiadas de 2012
Londres sediou as Olimpíadas de 2012 e na abertura das Paralimpíadas, Stephen Hawking fez um discurso emblemático para celebrar o início da competição. A cerimônia foi realizada no Estádio Olímpico, na região de Stratfod, zona leste da capital britânica. O discurso de foi chamado de “Iluminação” (Enlightenment, em inglês).
No discurso, o cientista fez menção a Shakespeare, ao narrar uma jornada de descoberta, acerca de temas como a razão e os direitos humanos, usando a personagem Miranda, da peça “A Tempestade”, do dramaturgo inglês. Stephen Hawking, com toda sua lucidez e Inteligência, na ocasião, disse:
- Vivemos em um universo governado por leis racionais, que podemos descobrir e entender. Olhemos para cima, em direção das estrelas e não para baixo, para os nossos pés. Trate de dar sentido ao que vê. Sejam curiosos.
Aplaudido por mais de 60.000 pessoas, logo após seu discurso, uma queima de fogos reproduzia a teoria do “Big Bang”, formulada por Albert Einstein e desenvolvida por Stephen Hawking.
Hawking e o remo
Kristine Larsen, uma das principais biógrafas de Stephen Hawking, escreveu que o início do cientista em Oxford foi bastante difícil. Com dificuldades de se enturmar, Hawking se isolava e tinha poucos amigos. O esporte foi importante na vida do cientista, Hawking entrou para a equipe de remo e, a partir daí, se tornou mais popular na faculdade e superou seu isolamento
O esporte também foi importante na vida acadêmica do cientista. Kristine Larsen, uma das principais biógrafas de Hawking, escreveu que seu início acadêmico foi marcado por um isolamento e sérias dificuldades de entrosamento com outros alunos, o que interferia na sua vida acadêmica.
Stephen Hawking entrou para a equipe de remo e, a partir daí, se tornou mais popular na faculdade. Apesar de sua condição física, o cientista era o coxswains da equipe, posição responsável não por remar, mas sim por controlar a navegação e a direção, orientando os remadores a que medida tomar, levando em consideração, como por exemplo, a velocidade e outros fatores.
Corneta em Suárez e os caminhos para a Inglaterra ser campeã
Em 2014, perto do início da Copa do Mundo no Brasil, Stephen Hawking escreveu fórmulas que a Inglaterra deveria seguir para obter sucesso em uma das competições mais importantes do futebol. E que a Inglaterra ganhou apenas uma vez, em 1966.
- Desde o início da civilização, as pessoas não se contentaram em ver eventos tão desconectados e inexplicáveis.A Copa do Mundo não é diferente – disse em entrevista ao jornal inglês, The Guardian
Hawking analisou 45 partidas da Copa do Mundo desde a última (e única) conquista da Inglaterra, em 1966. A partir dessa análise, definiu cinco fatores primordiais que a Inglaterra deveria levar em consideração, caso quisesse ter mais chances de ganhar o título: ambiental, fisiológico, psicológico, político e tática.
• Fator Ambiental: ficou comprovado que a Inglaterra jogava melhor em estádios a menos de 500 metros acima do nível do mar. Os climas temperados também ajudam. Na ocasião, a Inglaterra iria jogar em Manaus e Belo Horizonte, contra Costa Rica e Itália, respectivamente. Climas bem diferentes definidos pelo cientista. A Inglaterra perdeu para a Itália, em Manaus, por 2 a 1 e empatou com a Costa Rica, por 0 a 0, em BH. Para variar, Hawking estava certo.
• Fator Psicológico: o estudo comprovou que a Inglaterra teve resultados
melhores quando jogou de uniforme vermelho ao invés do branco. Hawking especulou que o vermelho pode fazer com que os jogadores se sintam mais confiantes e pareçam mais agressivos. A Inglaterra jogou de branco nas três partidas da Copa de 2014. O resultado não foi muito efetivo: derrotas para Itália e Uruguai, empate com a Costa Rica.
• Fator Tático: A Inglaterra tem mais chances de ganhar se jogar na formação 4-3-3 ao invés de 4-4-2. No 4-4-3, a Inglaterra venceu 58% dos seus jogos, enquanto no 4-4-2, 48% dos jogos.
• Fator Fisiológico: A curiosidade do estudo ficou pela parte fisiológica. Os jogadores carecas e de cabelos curtos tem mais chances de marcar gols que os cabeludos. A explicação? Nem Stephen Hawking conseguiu explicar:
- A razão para isso não está clara. Isso continuará sendo um dos grandes mistérios da ciência – afirmou o cientista
• Fator Político: Por fim, o estudo comprovou que a Inglaterra venceu mais jogos quando os árbitros eram europeus. Segundo Hawking, os árbitros europeus são mais empáticos com a seleção inglesa que as demais nacionalidades.
Ainda deu tempo para Hawking criticar um dos maiores jogadores uruguaios de todos os tempos, o atacante do Barcelona, Luis Suárez:
- Precisamos de um árbitro europeu. Eles são mais empáticos com o futebol inglês do que com bailarinas como Luis Suárez – disparou
Na época, Stephen Hawkings apostou no Brasil para vencer a Copa do Mundo de 2014, sob o argumento de que os países que sediam as Copas do Mundo têm 30% mais chances de serem campeões. O final dessa história todo brasileiro já sabe.
Stephen Hawking foi um dos maiores físicos de todos os tempos. Seus cálculos comprovaram teorias e mudaram o curso da história. Na esportividade, tentou prever o que poderia acontecer no futebol, porém, nem o magistral cientista conseguiu derrubar a máxima de que o futebol é uma caixinha de surpresas. fernandão