A Rússia segue fora da Paraolimpíada de Inverno de PyeongChang. O IPC (Comitê Paraolímpico Internacional) declarou nesta quinta-feira o país continua excluído da competição, que começa na próxima sexta-feira, e não irá rever a decisão. À Folha, o comitê internacional afirmou que a decisão do COI (Comitê Olímpico Internacional) em revogar a suspensão da delegação não interfere na exclusão da Rússia dos Jogos Paraolímpicos. A pena foi aplicada devido a divulgação de escândalos de antidoping envolvendo a Rússia.
— O Comitê Paraolímpico Russo ainda tem dois grandes requisitos para cumprir antes de ser reintegrado pelo IPC — declarou a organização.
Ainda segundo o IPC, a suspensão será mantida até que haja um novo credenciamento da Rusada (Agência Antidoping da Rússia) pela Wada (Agência Mundial Antidoping). Após a emissão de novos documentos, o caso pode ser revisto. Além disso, para voltar às competições, o país terá que apresentar resposta específica sobre as provas contidas nos relatórios de Richard McLaren, que mostram o envolvimento do governo no escândalo de doping acometido após os jogos de Inverno de Sochi, em 2014.
Vale lembrar que a Rusada perdeu o registro em 2015 por não seguir as normas estabelecidas pelo Código Mundial Antidoping. De acordo com o apontamento dos relatórios do professor de direito da Western University, do Canadá, mais de mil atletas russos teriam se beneficiado de um sistema forjado para encobrir resultados de exames antidoping. O governo nega qualquer envolvimento no caso.
Posteriormente, cerca de 160 atletas russos foram autorizados pelo COI a participar das provas dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang de forma neutra, utilizando a sigla OAR (Atletas Olímpicos da Rússia, em inglês). Estes foram submetidos a testes internos com intenção de comprovar que nunca tiveram caso de doping e também foram proibidos de portar a bandeira do país e cantar o hino da Rússia durante a competição.
O IPC também permitirá que apenas uma cota de russos participe das provas de esqui alpino, biatlo, esqui cross-country, snowboard e curling em cadeira de rodas. Eles também terão que provar que realizaram pelo menos dois testes antidoping no último semestre e usarão uniformes com a sigla NPA (Atletas Paraolímpicos Neutros).