Fabrício Werdum volta ao octógono neste sábado (7), em Las Vegas. Em uma fase instável na carreira — perdeu duas das últimas três lutas —, o gaúcho de 40 anos ainda está confiante em seu futuro no UFC. Em entrevista ao GaúchaZH, o ex-campeão dos pesados falou sobre a estratégia para a luta com Derrick Lewis, a perspectiva para voltar a disputar o cinturão, os planos para o futuro, a confusão com Tony Ferguson e a homenagem que fará ao Grêmio durante o UFC 216.
Não penso em me aposentar
Fabrício Werdum
Ex-campeão dos pesados do UFC
Vais entrar no octógono com o hino do Grêmio. Como foi a decisão?
Fui nomeado cônsul do Grêmio. Fiquei muito feliz por esse título, porque desde pequeno eu ia no Olímpico com o meu pai. Então, fazer essa homenagem é importante. A Geral sempre me apoiou, foi me receber no aeroporto quando eu conquistei o cinturão. Era o mínimo que eu poderia fazer. Eu sempre digo que represento o Brasil e tenho orgulho de ser gaúcho. Quero homenagear a torcida do Grêmio, tenho muitos amigos em Porto Alegre. Recebo todas as mensagens.
O Derrick Lewis tem se mostrado um lutador perigoso na trocação. A sua estratégia será levar a luta para o chão?
Ele já está pensando que eu vou colocar para baixo, vai estar com cuidado. Vou lutar em pé também, estou confiante na parte em pé. Nas lutas em que falaram que eu não tinha condições de lutar em pé, sempre ganhei. Nocauteei o (Mark) Hunt. Vou lutar em pé, mas se tiver oportunidade de levar para o chão, vou levar. O importante é conseguir nocautear ou finalizar.
Você acha que, com essa vitória, pode disputar o cinturão logo depois ou vai precisar de mais vitórias?
Vai depender dessa luta. Se for uma luta espetacular, que a galera goste, posso disputar o cinturão diretamente. Seria excelente. Luto para ser campeão de novo, já sei o caminho.
Como foi a confusão com o Tony Ferguson? Que repercussão teve?
Foi uma situação estranha, é um cara estranho, tem uma energia pesada. Ele me tratou supermal no momento. Era uma coletiva, ele me mandou calar a boca, e eu disse que não era assim. Xinguei para colocá-lo no lugar dele. Um guri mandar um homem calar a boca está errado. Mas as pessoas da mídia viram com maldade, dizendo que eu sou homofóbico. "Maricón" foi um xingamento para colocá-lo no lugar dele, não foi nada a ver. Não tinha motivo suficiente para falar sobre a luta. Não tenho nada contra os gays, cada um faz da sua vida o que quiser.
Você já tem 40 anos. Chegou a pensar em aposentadoria?
Não, em nenhum momento. Tenho 40 anos, mas me sinto muito bem. Nunca tive lesões graves, a mente está muito boa. Não me vejo com 40 anos. Há duas gerações, 40 anos era um velho, mas agora não é mais assim. Claro que tu sentes alguma coisa ou outra, é normal pela idade. Mas não penso em me aposentar.
O UFC 216 vai ter a chance de o Demetrious Johnson quebrar o recorde de defesas do Anderson Silva. Acha que ele consegue?
Tenho certeza. Ele é o melhor de todos os tempos no peso por peso. Ele é um cara que não é tão valorizado como deveria. É diferenciado, vai bater o recorde com certeza.