Saio de Criciúma triste e indignado com o que presenciei no Heriberto Hülse. Este câncer chamado machismo tem que acabar. A colega Júlia Goulart, da Rádio Galera, foi vítima de ofensas machistas nojentas e de baixo calão de parte significativa da torcida do Inter presente.
Foram muitos torcedores. Não foram meia dúzia. Foram muito mais. Ela e o colega dela filmaram. Dá para identificar vários deles. Todos na torcida do Inter. A torcida do Criciúma não tinha nada a ver.
Me abalou e me doeu na alma presenciar aquilo. E sei que isso não é nem perto do que sentiu a Júlia e do que sentem as mulheres todos os dias com essa praga.
Minha solidariedade à Júlia. Precisamos eliminar este câncer chamado machismo do futebol e da sociedade. Sinceramente, não sei como fazer isso. Mas é uma necessidade que impera.
Uma multidão insultando e ofendendo com palavras de ódio uma profissional só porque ela é mulher. Resumindo, foi isso que aconteceu. E isso dói. Nunca mais quero presenciar uma cena assim, mas acho que a caminhada será longa.
Espero que as imagens dos colegas identifiquem pelo menos alguns dos agressores que promoveram os insultos. Embora eles tenham sido uma minoria perto dos 4 mil colorados presentes no estádio, foram vários, o suficiente para chocar e indignar.
Não sei que providências podem ser tomadas em relação a eles, mas sei o que pode ser feito por nós no dia a dia. Não praticar e não tolerar ofensas e atos de cunho machista, assim como qualquer discriminação. A luta contra a intolerância e o preconceito tem que ocorrer todos os dias.
No mais, agradeço aos que se juntam nesta onda de solidariedade e de repúdio ao preconceito contra a mulher e lamento muito aos que relativizam ou grenalizam algo tão sério e grave.
Vamos juntos em uma luta por um mundo sem discriminação e sem preconceito!