A candidatura de Uruguai e Argentina para organizarem a Copa do Mundo de 2030, em homenagem ao centenário da primeira competição organizada, ganhou apoio do Paraguai nesta quarta-feira, em um acordo formalizado entre as três partes e comunicado pelos presidentes em coletiva de imprensa.
O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, revelou que quando a ideia apareceu demorou "menos de 40 segundos" para entrar em acordo com o mandatário argentino, Mauricio Macri. "Também em menos que 40 segundos" Vázquez aceitou incluiu o Paraguai, revelou Macri.
O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, disse que "a primeira reunião (organizativa) vai ser realizada na primeira semana de novembro", apesar de lembrar que "outros países vão querer sediar, mas o argumento em prol do Uruguai, que vai celebrar os 100 anos, é muito atrativo".
A coletiva de imprensa foi realizada no salão Branco da Casa Rosada, sede do governo argentino. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, está em Buenos Aires para se reunir com os chefes de estado.
Os três presidentes têm passado de dirigentes de futebol em seus países: Macri foi presidente do Boca Juniors, Cartes do Libertad e Vázquez do Progreso.
- Sonho -
"Desde que tive uma conversa com Blatter, foi um sonho realizar a Copa do Mundo para comemorar os 100 anos do primeiro Mundial. Mas éramos conscientes de que não poderíamos fazer sozinhos", disse Vázquez.
Macri lembrou que Vázquez formulou a proposta original: "quando propus de incorporarmos o Paraguai em outra conversa, ele foi muito positivo", comentou o presidente argentino.
O presidente argentino indicou que "vai ser um Mundial de 48 times, que requer esforço, trabalho e investimento milionário. É preciso compartilhar, fazer em conjunto e dar um passo a mais na integração dos países".
"Existem capacidades mínimas e máximas dos estádios fixadas pela Fifa, que são mais de 40.000 torcedores em cada jogo e 80.000 mínimo na final", avaliou Cartes.
Vázquez lembrou que quando a possibilidade de incorporar o Paraguai foi postulada, o Uruguai respondeu que "não havia nenhum inconveniente, salvo a confirmação oficial do governo".
"O Mundial de 1930 foi histórico. Quando muitas regiões do mundo tinham dificuldades para organizar o campeonato, o Uruguai teve visão para fazê-lo. A associação americana de futebol apoiou rapidamente e a Europa aprovou", lembou Vázquez.
- Mundial para três -
Perguntado sobre se aceitariam mais países organizadores, Vázquez respondeu que "100 anos se completam apenas uma vez e a pretensão do Uruguai não é um campeonato subsidiário, mas comemorar o centenário". A imprensa tinha indicado o eventual projeto de incluir o Chile.
"Sentimos profundo afeto e grande sentimento de irmandade por todos povos sul-americanos. Mas isso não está planejado como uma pretensão da América do Sul", completou.
Vázquez esclareceu que os sócios não querem "deixar ninguém de fora". O presidente uruguaio lembrou que "os três países foram quase um ninho (do nascimento da Copa do Mundo). Aquele campeonato reuniu Peru, Chile, México, Estados Unidos, Bulgária e França. Mas isso será uma comemoração".
A imprensa local indicou que a ideia é utilizar oito estádios na Argentina, dois no Uruguai e dois no Paraguai.
México, Estados Unidos e Canadá apresentaram candidatura conjunta para a Copa do Mundo de 2026, que se for aceita vai ser a primeira com três países anfitriões.
Até agora, o Mundial de 2002 organizado por Japão e Coreia do Sul foi o único celebrado em mais de um país.
* AFP