O ano era 2001. Tom Brady era um jovem quarterback, considerado lento e de pouca mobilidade em seu recrutamento, que assumia a titularidade do New England Patriots no segundo ano de carreira graças a uma lesão de Drew Bledsoe. Drew Brees, draftado na segunda rodada daquele ano, era visto como baixo para a posição e ficou toda a temporada na reserva do veterano Doug Flutie no San Diego Chargers. Na época, todos os olhos da NFL estavam sobre Michael Vick — a primeira escolha geral do draft que encantava a liga com sua capacidade atlética e não decepcionava com a força e precisão do braço.
Dezesseis anos depois, qualquer projeção feita àquela época foi frustrada. Vick teve uma carreira cheia de problemas extracampo e, apesar de algum sucesso, já está aposentado. Tom Brady se consolidou, cresceu e virou o quarterback mais vencedor da história. Drew Brees foi titular em San Diego por quatro anos antes de sofrer uma lesão no ombro que levantou dúvidas sobre o seu futuro. Deixou o Chargers em 2006 e se mudou para o New Orleans Saints — onde virou um quarterback de elite, ídolo e campeão do Super Bowl. Parece justo que cada um tenha sido premiado em algum ponto da carreira com o prêmio de Retorno do Ano — Brees em 2004, Brady em 2009.
Leia mais:
PrimeCast: as surpresas e decepções na largada da temporada
Confira as transmissões da ESPN para o Brasil na semana 2 da NFL
Os 10 destaques do domingo na semana 1 da NFL
Neste domingo, na semana 2 da temporada 2017, Brady e Brees se encontram pela quinta vez na carreira. Será a primeira vez na história da NFL em que dois quarterbacks com pelo menos 400 passes para touchdown se enfrentam. Também será o primeiro duelo entre dois quarterbacks que já foram eleitos para o Pro Bowl pelo menos 10 vezes. Nos quatro confrontos anteriores, a vantagem é de Brees, que conduziu o seu time à vitória em três. Juntos, eles passaram para 128.251 jardas, a maior marca em um duelo em todos os tempos na liga.
— Ele tem tido uma grande carreira. É mais novo que eu, apareceu, fez um grande trabalho em San Diego e tem feito um grande trabalho em Nova Orleans. Penso muito sobre ele e sua consistência, o que ele traz para o time. Ele é um grande jogador e tem sido um grande jogador por um longo tempo — disse Brady, que também lembrou de uma vitória sobre Brees no futebol americano universitário, quando ele defendia Michigan e o adversário, Purdue.
O respeito é recíproco, e Brees também fez elogios ao rival de domingo.
— Tenho muito respeito por Tom e pelo que ele conquistou. Não sei se há algum cara neste jogo que seja mais disciplinado, mais forte mentalmente e tão consistente. Tão, tão consistente. Muito a ser respeitado. Eu tenho muito respeito por ele, sua abordagem e os seus feitos — destacou o camisa 9.
Mesmo que já estejam consolidados e a caminho do Hall da Fama, Brady e Brees buscam recuperação a partir das 14h de domingo, na Louisiana. O Patriots foi surpreendido pelo Kansas City Chiefs na abertura da temporada — e Brady teve uma atuação que deixou brecha para críticas. O Saints também perdeu, superado na segunda-feira pelo Minnesota Vikings.
*ZHESPORTES