No início da noite desta quinta-feira, a coluna conversou com Gilmar dal Pozzo, técnico do Juventude e cabeça de uma reformulação profunda no clube nos últimos 53 dias. O time eliminado nas quartas de final do Gauchão para o Caxias não existe mais. Dal Pozzo e a direção montaram uma nova equipe e um novo vestiário. Confira nossa conversa.
O quanto mudou o Juventude, do Gauchão até a liderança da Série B?
Primeiro, identificamos a necessidade de qualificar a equipe para a Série B. Principalmente, na questão física. Quando cheguei ao Jaconi, havia nove jogadores com lesão muscular e um déficit impressionante na parte física, com o time sem força, sem poder competir. Em quatro meses, foram quatro preparadores. Trouxemos para o cargo o Anselmo Sbraglia, que teve passagem pela Seleção. Trouxemos também um fisiologista e montamos a equipe técnica. O clube também contratou uma nutricionista, que não tinha no início do ano. Para nós, foi boa a parada de 40 dias.
O grupo de jogadores é outro também, não?
Trouxemos qualidade e demos continuidade aos jogadores que se destacaram no ano passa. O Juventude contratou 12 atletas. Buscamos nomes no Gauchão e outros que se destacaram no Paulistão. Fomos felizes nas escolhas. Traçamos um perfil de Série B. Levamos em consideração nosso clima e buscamos jogadores que possam suportá-lo. Faz 10 dias que chove e faz frio aqui. E fomos para o campo todos os dias.
O que você leva em conta para saber se o jogador se dará bem em Caxias?
O biótipo, a formação física. E também o aspecto cultural. Atletas vindos do Nordeste tem dificuldade de adaptação aqui. Trabalhei os últimos dois anos no Norte e no Nordeste, é quente demais. Daqui pra lá é mais fácil a adaptação. O contrário, não. Joguei em Caxias sete anos, sei bem. A cidade é muito fria mesmo. Isso pesou na hora da escolha.
O time da Série B é todo novo, não?
São quatro titulares apenas que estavam no Gauchão: Ruan, Fahel, Pará e Lucas. Agora, o Pará teve uma lesão é dúvida. Mudou mais de 70% da equipe. Estamos com intensidade boa de jogo, com espírito. Mas precisa melhorar entrosamento. Na construção, estamos com dificuldade por causa dessa reformulação.
O quanto a mudança de técnico do Inter pode afetar o ambiente no jogo de sábado?
O Juventude trabalha visando ao seu projeto. Buscamos nosso objetivo e nossas metas. Vai encontrar dificuldades, mas são circunstâncias da competição. Vamos fazer o nosso jogo, independentemente de como o adversário virá, Há sempre o respeito. Vamos encarar como o clássico que é, um clássico de Série B, Faremos um jogo forte, seguro, para ter desempenho e resultado.