– O Riograndense-SM precisava de um estádio como o Maracanã – é a frase de abertura do vice-presidente do Riograndense-SM, Márcio Rubin, ao comentar a quantidade de ajustes pedidos por Brigada Militar e Corpo de Bombeiros para o Estádio dos Eucaliptos ficar apto a receber as partidas da segunda fase da Terceirona. As adaptações seriam o afastamento de seis metros da arquibancada ao campo de jogo e aumento da cerca de proteção à torcida para 3m50cm.
Com a proibição de utilização do estádio – mesmo com portões fechados – e o fim do acordo com o Inter-SM, o Riograndense-SM concluiu que não havia mais condição de disputar o campeonato. Após uma reunião da direção, oficializaram a decisão de abandonar o torneio.
A desistência pode resultar em uma punição de afastamento de dois anos das competições da FGF, mas segundo Rubin, esse não será um problema.
– Precisamos nos organizar como clube, focar na reconstrução do futebol, começando pela base. Por enquanto, seguimos nas outras modalidades, como futsal, fut-7, rúgbi e futebol americano – comentou Rubin.
Há, porém, outro risco: dependendo do teor da denúncia do TJD, que ainda não foi divulgada, o clube pode ser desfiliado da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Assim, não estaria apto a disputar qualquer competição, nem de base.
– Não temos dinheiro, não temos condições mínimas para jogar. Todo o nosso futebol era feito por atletas que tinham salário pago por empresários ou por amadores – disse.
Segundo ele, a terceira divisão com a fórmula atual ficou muito longa, principalmente para clubes de poucos recursos financeiros. Atualmente, o Riograndense-SM acumula cerca de R$ 1,5 milhão de dívidas, a maior parte pendências trabalhistas.
– Nossa situação é igual à de muitos outros. A verdade é que os clubes fazem milagre para jogar futebol profissional – finaliza.
Até o fim do mês, o Riograndense-SM pretende fazer uma reunião de seu conselho deliberativo para apontar os caminhos futuros do clube.