O último fim de semana em Roland Garros foi marcado pela irreverência do jovem talento de Jelena Ostapenko, pela determinação do campeoníssimo Rafael Nadal e pelo carisma do nosso eterno ídolo Guga Kuerten. Para aqueles que buscam nas coincidências algum sinal que projete o futuro, um presente. Afinal, Jelena completou 20 anos no dia em que Guga comemorou exatos 20 anos da conquista de seu primeiro título no Aberto da França e, assim como Nadal, a letã comemorou aniversário durante a quinzena do mais parisiense de todos os torneios de tênis. Ou seja, as previsões indicam que Jelena, a primeira tenista não cabeça de chave a vencer o Grand Slam francês desde o tenista brasileiro, tem um longo caminho pela frente.
Mas, deixando as coincidências de lado, o que mais chamou a atenção foi a forma como Ostapenko chegou ao seu primeiro título no WTA, o circuito profissional do tênis feminino. Perdia para a romena Simona Halep por 3 a 0 no segundo set, depois de já ter sido batida por 6/4 no primeiro, quando pensou que já estava realizando um sonho em chegar onde estava e que devia fazer o que mais gostava: bater forte na bola. E assim o fez. Bateu forte, e com enorme precisão. Foram 54 winners, as tais bolas vencedoras, em 102 pontos marcados. Um espetáculo.
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Nadal, que conquistou seu primeiro título no Aberto francês aos 19 anos, mostrou que sempre vale a pena seguir em busca de seu objetivo. Precisou superar problemas com lesões e ignorar comentários sobre o possível término de sua exitosa carreira para voltar a reinar em Roland Garros. Sem perder um único set, o torcedor do Real Madrid levantou o troféu do Aberto francês pela 10ª vez. Na final, ganhou do atônito suíço Stan Wawrinka, que pouco pode fazer diante de um tenista determinado, focado e que só desabou ao conquistar o ponto do campeonato.
Guga, por sua vez, estava em casa. Antes da final masculina, em plena Philippe Chatrier, recebeu bela homenagem do Hall da Fama do Tênis Internacional pelos 20 anos da conquista do primeiro de seus três títulos em Roland Garros. Foi reverenciado, e a todos respondeu com enorme carinho.
Três protagonistas, representantes de diferentes gerações, seguem escrevendo suas histórias e a história de um dos quatro torneios mais importantes do mundo do tênis. De coração, não tem como não amar Roland Garros.