O dia 11 de junho de 2017 ficará marcado na história do esporte mundial como o dia em que um dos maiores atletas de todos os tempos aumentou sua lista de recordes. Em Paris, o espanhol Rafael Nadal derrotou o suíço Stan Wawrinka e conquistou o Aberto de Tênis da França, pela décima vez.
A marca atingida por Nadal é quase inalcançável por qualquer outro jogador. Para se ter ideia, o norte-americano Pete Sampras tem sete títulos em sete finais em Wimbledon, mesmo número de conquistas de outro gênio do esporte, o suíço Roger Federer, que disputou dez finais na grama de Londres. Se para nós brasileiros, admirar o tricampeonato de Gustavo Kuerten em Roland Garros e colocá-lo ao lado de imortais como Pelé e Ayrton Senna é algo que deve sempre ser destacado, o que significa vencer dez em dez finais no saibro parisiense e 15 das 22 finais de Grand Slam disputadas?
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Não pode existir dúvida. Sim, o canhoto nascido na pequena Manacor, cidade de pouco mais de 40 mil habitantes, que pertence à ilha de Mallorca, é um dos maiores jogadores de todos os tempos e um dos grandes atletas da história do esporte mundial. Obstinado, aplicado, exigente, dedicado, e em busca da perfeição, seja ela de garrafas de água alinhadas ao lado de seu material nas diversas quadras do mundo, ou de seu jogo.
Afinal, vencer um dos quatro maiores torneios do circuito já é algo fenomenal. Dez vezes no mesmo lugar então não se fala. Aliás, este ano ela já havia se sagrado decacampeão em Monte Carlo e Barcelona, também na quadra de saibro, seu habitat preferido, onde venceu 389 vezes e perdeu apenas 35 partidas em toda a carreira.
Mas ser número um do mundo é consequência de vitórias e, quem sabe, de uma boa temporada – o chileno Marcelo Ríos que o diga. Mas no mundo do tênis é necessário provar que se pode jogar em qualquer piso e, por isso, Nadal também tem conquistas na grama de Wimbledon e nas quadras duras da Austrália e dos Estados Unidos, além de carregar consigo duas medalhas de ouro olímpicas, uma em Pequim-08 no torneio de simples, e outra no Rio de Janeiro-16, na chave de duplas, ao lado de Marc López. Todas elas, sem dúvida, fruto de talento, obstinação e muito trabalho.
Rafael Nadal não é só um grande jogador de tênis, um dos maiores nomes do esporte em todos em tempos. Ele é sim, um dos grandes exemplos de que além do talento é necessário trabalhar duro para se chegar longe, e de que mesmo que a perfeição não exista, a obstinação em busca dela pode nos manter motivados para seguir adiante e servir de exemplo para futuras gerações.
*RÁDIO GAÚCHA