É tempo de planejar. E também é período de pensar como levar o clube até o ano que vem. Entre ideias de futuro e a realidade de um segundo semestre sem futebol profissional, a direção do Caxias aproveita o tempo para organizar o que é preciso até o Gauchão de 2018, além de buscar soluções para que termine esse ano com as contas em dia e em condições de repetir na próxima temporada o bom desempenho das duas últimas.
Manter sócios em dia mesmo sem jogos e buscar parcerias para viabilizar financeiramente os seis meses sem a presença dos atletas nos vestiários é um desafio. O Estádio Centenário não para, assim como as contas que vencem e não esperam o clube retomar o time para alcançar vitórias. É uma busca diária de soluções inteligentes para, aos poucos, reconstruir escolhas não tão pensadas de um passado próximo. O clube não ficava fora de uma divisão de Campeonato Brasileiro desde 1994. Jogar a Copinha não é vantajoso para quem já tem garantida vaga na Série D e na Copa do Brasil em 2018.
Entre os gastos de estrutura e de um quadro de funcionários enxuto, o sócio grená será um grande foco para que as rifas e bingos não sejam por mais tempo soluções urgentes para os cofres do clube. Segundo o diretor de relacionamento e comunicação do Caxias, Márcio Biazus, há um número considerado ideal para que as contas se mantenham equilibradas até o final do ano.
– Com 3 mil sócios em dia, o clube passaria por essa fase sem problemas. Ainda é cedo para dizer o quanto perdemos após a eliminação no Estadual, mas estamos buscando soluções para manter o torcedor ligado com o clube mesmo sem futebol. O Caxias não para, apenas não tem o futebol profissional – diz o dirigente.
Matemática financeira
Os 3 mil sócios a um valor médio de R$ 40 a mensalidade, garantiriam aos cofres do Caxias uma receita mensal de R$ 120 mil. Ao final do Gauchão, o clube ainda não tinha esse número de adimplentes. Estavam cadastrados 3.100 sócios e com 2.600 pagando em dia.
O gasto gerado somente com manutenção do estádio e funcionários gira em torno de R$ 80 mil. Se acrescenta a isso uma parcela de aproximadamente R$ 70 mil da negociação com o Profut (programa do Governo Federal), além do pagamento de alguns acordos de dívidas trabalhistas do passado.
Atualmente, o Caxias conta com um quadro de 12 funcionários. Desde o início da gestão de Maurício Grezzana, no final de 2015, algumas situações foram criadas para enxugar gastos com contratos diretos. A contabilidade e os recursos humanos, por exemplo, foram terceirizados em 2016. Os funcionários ligados ao futebol também foram adaptados em outras funções dentro do Centenário para os dias sem jogos. Alguns foram para as categorias de base e outros para áreas administrativas.
Nova realidade
Sem futebol, Caxias tenta lidar com os altos custos da manutenção do Estádio Centenário
Clube gasta cerca de R$ 80 mil por mês com funcionários e cuidados com gramado e demais estruturas
Marcelo Rocha
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