A Chapecoense tem a chance de conquistar o segundo título em quatro dias na noite desta quarta-feira, mas não é o troféu da Recopa Sul-Americana que está no centro das atenções neste momento. Nesta segunda-feira, quatro dos sobreviventes do acidente aéreo de 29 de novembro do ano passado desembarcaram em Medellín e completaram a viagem que não terminou. E o brinde à vida foi a grande conquista celebrada por Jakson Follman, Alan Ruschel, Neto e Rafael Henzel na chegada à Colômbia.
Assediados desde que pisaram no solo do país vizinho, os três jogadores e o jornalista concederam uma entrevista coletiva no hotel onde a Chapecoense está concentrada. Além de agradecer todo o carinho recebido, eles revelaram um desejo em comum: visitar o local do acidente que vitimou 71 pessoas, o que deve acontecer na tarde desta terça-feira.
- Eu me emocionei ao chegar na Colômbia, ao sobrevoar as montanhas, passamos perto do local. Vou me emocionar, mas necessito. Preciso sentir esse emoção, de ir neste local. Talvez, aquele local fosse do término da minha vida e preciso ver tudo de novo. Eu precisava ver de perto tudo isso e foi para isso que vim - disse o zagueiro Neto, o último dos sobreviventes a ser resgatado do avião.
As linhas do destino colocaram Medellín como um destino da Chapecoense pouco mais de cinco meses depois da tragédia. Por ser campeã da Sul-Americana, a Chape enfrenta o Atlético Nacional na decisão da Recopa, já que o clube colombiano foi o vencedor da última Libertadores. Pouco mais de cinco meses depois do acidente, os atletas do Verdão ainda estão em busca de respostas.
- Eu era a única pessoa que não queria ir (ao local do acidente), mas quando cheguei na Colômbia decidi ir. Estamos juntos nessa. Como não lembramos de muita coisa, pode ser uma resposta. Na verdade, é mais uma curiosidade para apagar de vez - completou o goleiro Jakson Follmann.
Já o lateral Alan Ruschel, em estágio bastante avançado de recuperação, que já foi reintegrado aos treinamentos, quer aproveitar a oportunidade para agradecer toda a solidariedade demonstrada pelo povo colombiano desde o acidente.
- É uma página que jamais será virada, nunca vamos esquecer. Viemos aqui para agradecer por tudo que o povo colombiano fez pela gente, os médicos, a torcida. Era importante para gente estar aqui. Nossa vinda é de agradecimento. Nossa viagem começou no dia 28 de novembro e não se encerra aqui. Continuam com as boas lembranças que vamos levar.