Quando chegou à NBA, em 2008, Russell Westbrook se uniu a Kevin Durant para formar uma das duplas mais promissoras da liga. Juntos, os dois simbolizavam a esperança de um futuro vencedor para uma franquia recém-nascida – até aquele ano, o Oklahoma City Thunder, time onde atuavam, tinha sede em Seattle e atendia pelo nome Supersonics. A chegada do jovem e explosivo armador significava não apenas o sonho de uma equipe, mas de uma cidade.
Westbrook e Durant foram às finais da NBA em 2012 e acabaram derrotados pelo badalado elenco do Miami Heat, de LeBron James, Dwyane Wade e Chris Bosh. Aos fãs de Oklahoma, restava a expectativa de ver sua superestrela evoluir e seu ajudante, Westbrook, trilhar o mesmo caminho. Dois anos mais tarde, Kevin Durant levou o prêmio de MVP da temporada – honraria concedida ao melhor jogador da competição. A grande fase e a segunda melhor campanha do ano não foram suficientes e o time acabou eliminado na final da conferência Oeste. A mesma final de conferência, em 2016, voltou a ser parte importante na recente história de OKC. Imagine o cenário: duelo contra os atuais campeões, recordistas em bolas de três pontos, liderados pelo primeiro jogador eleito MVP de forma unânime e equipe com mais vitórias na história da temporada regular, vencendo 73 dos 82 jogos disputados.
Contra todas as previsões, os dois lideraram Oklahoma para três triunfos em quatro jogos, precisando de mais um para avançar. O que parecia ser uma grande história de superação e conquista da união contra as forças (malignas) da notória superioridade técnica acabou se transformando em um doloroso caso de realidade. Nos três confrontos seguintes, apagão do Thunder, espetáculo do adversário e o gosto amargo do fracasso.
A derrota por 4 a 3 para o Golden State Warriors não significou apenas o fim da temporada. Foi o fim de uma era. Kevin Durant tornou-se livre para negociar com quem desejasse e surpreendeu ao abandonar Oklahoma para se unir ao rival com quem havia batalhado um mês antes. O amor virou ódio, as camisas viraram fogueira e a esperança de título virou desespero. Coube a Russell Westbrook assumir o comando. E ele entendeu a responsabilidade. Transformou o antigo amigo em desafeto público e declarou amor eterno à cidade que o acolheu.
Dentro de quadra, acumulou números impressionantes: médias de 31.8 pontos, 10.7 rebotes e 10.4 assistências por partida. Na última terça-feira, chegou ao seu 41º triplo-duplo da temporada, igualando o recorde de Oscar Robertson, de 1962. Para se ter ideia, LeBron James, segundo jogador com mais partidas alcançando dígitos duplos em três fundamentos, conseguiu o feito 54 vezes ao longo de carreira.
Em março, uma pesquisa apontou que Westbrook deve ficar em segundo na disputa pelo troféu de MVP. O sexto lugar ocupado pela equipe, que não é vista como candidata ao título, costuma pesar na hora da votação. Mas isso pouco importa para Russell Westbrook. Por Oklahoma, ele seguirá reescrevendo os livros de história, como um verdadeiro MVP.